Norberto Chadad (*)
Não será em 2017 que o país sairá da crise, mas a expectativa por uma reação favorável na economia tem melhorado.
A taxa Selic começa a cair mais acentuadamente, porém ainda existe uma certa indisponibilidade de crédito por medo da inadimplência, e consequentemente, os juros continuam exageradamente altos devido ao spread aplicado pelo setor financeiro.
Trazendo o ditado popular “vamos arregaçar as mangas”, pois é um novo ano, um novo começo, e que deverá ser somente o reflexo da crise: façamos uma corrente positiva. Quando todos tiverem pelo menos um pouco de otimismo, a situação pode melhorar, mas quando todos falam em crise, fortalece a crise. Cito uma antiga frase britânica, cuja tradução é: “Não devem ser ouvidos os que costumam dizer que a voz do povo é a voz de Deus, pois a impetuosidade do vulgo está sempre próxima da insânia”.
Agora é o momento para os profissionais fortalecerem suas habilidades e suas competências. Em época de crise, existe uma grande demanda de vagas no mercado de trabalho por profissionais diferenciados e atualizados.
Qual é o perfil de profissional que as empresas procuram? As empresas se interessam por atitudes específicas no momento de selecionar um colaborador. São elas: habilidade de comunicação, interesse, facilidade de trabalho em equipe, estar pronto para aceitar desafios diferentes, além de ser comprometido e competitivo.
O motivo das empresas em contratar funcionários competitivos é porque eles têm desejo de se superar e não apenas de exibir seus conhecimentos técnicos, o que é muito peculiar à geração Y. Por outro lado, os profissionais que estão trabalhando – hoje, mais do que nunca – continuarão nas empresas aqueles que realmente fizerem a diferença. As atitudes e as ações contam mais do que a descrição exata do cargo.
Os profissionais aperfeiçoados, reciclados, flexíveis, responsáveis, criativos para superar situações difíceis, capazes de trabalhar em equipe e de agregar valor à marca estarão com os empregos garantidos, principalmente, aqueles que poderão assumir funções dos que já saíram. Os que pensam “não ganho a mais para fazer isso” ou “isso está longe das tarefas que exerço” estão negando o reconhecimento como um bom profissional e estarão rapidamente amargando um desemprego.
Nesta linha é bom frisar que nas empresas, as funções continuam as mesmas, contudo em menor número de pessoas para executá-las. São constantes as atualizações dos organogramas e nenhum colaborador pode se dar ao luxo de ficar restrito ao que sempre fez nos tempos das “vacas gordas”, quando os custos absorviam os erros, incompetências e desperdícios.
Os tempos são outros, a crise mudou a perspectiva das empresas e ninguém é mais exclusivo. Todos devem sair do seu quadrado e ter uma visão horizontalizada da empresa, pois a visão vertical, não tem mais espaço no mundo corporativo.
Esteja pronto para desempenhar as qualidades destacadas e ser um profissional que toda empresa deseja. Pondo-as em exercício, o crescimento e o sucesso serão conduzidos à você naturalmente.
(*) – Engenheiro Metalurgista pelo Mackenzie, Mestre em Alumínio pela Poli/USP, Economista pela FGV, Master em Business Administration pela Los Angeles University, é CEO da Thomas Case & Associados (www.thomascase.com.br).