Victor Lucena (*)
O termo “pagamento instantâneo” ganhou uma grande relevância no Brasil com o surgimento do PIX, em 2020.
Inclusive, na antevéspera de uma das datas mais agitadas do varejo, o Dia das Mães, foram mais de 73 milhões de transferências feitas em um único dia com essa forma de pagamento – um novo recorde! Mas esse tipo de recurso é popular há muito mais tempo em outros lugares do mundo.
E é uma solução local, isto é, que atende apenas o Brasil: assim como boleto, só quem vive em território brasileiros sabe do que se trata. Alguns exemplos de pagamentos instantâneos pelo mundo afora são Faster Payments do Reino Unido (lançado em 2010), o PSE da Colômbia (2015), o UPI da Índia (2016) e CoDI (Cobro Digital) do México (2018).
Além dos PIX e seus semelhantes, há outras alternativas digitais, como criptomoedas, NFT’s ou o próprio Real Digital – CBDC (sigla em inglês para moeda digital emitida por banco central) que ainda está em progresso, mas deve ser realidade já no segundo semestre deste ano -, que se juntam há outras mais tradicionais, como cartão de crédito virtual, mas que também fazem parte dessa esteira de evolução dos meios de pagamento que leva a possibilidades cada vez mais distantes do papel moeda e da dependência dos bancos.
Contudo, essa diversificação de meios de pagamento pode deixar o mercado confuso. É então que as fintech-as-a-service entram na jogada, para facilitar o uso dessas alternativas, organizar o fluxo de entrada e saída de valores de forma amigável e criar soluções que viabilizem negócios – especialmente os cross border.
Ou seja, principalmente para as empresas que almejam expandir a atuação além das fronteiras do país, contar com uma plataforma que integre o maior número possível de meios de pagamento se torna fundamental.
Uma pesquisa global realizada pela fintech Rapyd com grandes, médias e pequenas empresas de setores diversos, apontou que enquanto 93% das empresas relatam que o comércio transfronteiriço é uma alta prioridade para suas organizações em 2022, quase 25% diz que o suporte a métodos de pagamento locais é seu maior desafio operacional.
Mas isso não precisa ser um gargalo no desenvolvimento dos negócios, uma vez que já existem produtos, como e-wallets e contas virtuais, que podem ser usados até mesmo para transações que envolvam câmbio, em que a emissão do pagamento é feita numa moeda e o recebimento do valor já acontece em outra.
E se a digitalização já era uma tendência, se não uma exigência entre as grandes empresas -, a pandemia forçou até mesmo os microempreendedores a se reinventarem para alcançar seus clientes (e, em muitos casos, também seus fornecedores), adaptando desde formas de entrega de seu produto ou serviço até formas de receber pagamento, preservando o distanciamento.
Agora que a distância em si já é uma barreira cada vez mais facilmente superada, o conceito de “longe” está sendo restabelecido. No que compete à tecnologia para unificação de meios de pagamento, certamente podemos dizer que para empresas de todos os portes, o cliente
(*) – É gerente de contas e desenvolvimento de negócios para a América Latina da Rapyd