Hugo Garbe (*)
À medida em que nos aproximamos da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os próximos dias 19 e 20, crescem as expectativas sobre os rumos que tomará. Atualmente fixada em 11,25% ao ano, desde a última reunião em 31 de janeiro, quando foi reduzida em 0,5 ponto percentual, a Selic continua sendo a bússola para os demais juros da economia brasileira.
Esse instrumento, primordial na política econômica do país, serve como a principal ferramenta do Banco Central (BC) para controlar a inflação, impactando toda a economia. Seu ajuste pode tanto estimular o consumo e investimentos, ao reduzi-la, quanto conter a inflação, ao elevá-la, equilibrando a atividade econômica.
A reunião do Copom é sempre um momento de intensa análise e discussão, em que membros da diretoria colegiada do BC, chefes de determinados departamentos e, sobretudo, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, que tem voto de minerva em caso de empate, decidirão se há necessidade de ajuste na taxa Selic.
Essa decisão é crucial não só para o controle inflacionário, mas também para sinalizar o caminho da política econômica do país. O Boletim Focus, publicação do BC que agrega as expectativas de mercado, projeta que a Selic terminará o ano de 2024 em 9%. Tal expectativa reflete a confiança do mercado na capacidade do Copom de manter a inflação sob controle, ao mesmo tempo em que incentiva a retomada do crescimento econômico.
A próxima reunião será particularmente significativa, uma vez que ocorre em um momento de cautela e expectativa sobre a recuperação econômica do Brasil. A decisão sobre a Selic impactará diretamente na atividade econômica, influenciando desde a concessão de crédito até os investimentos e o consumo das famílias.
Dada sua importância como referencial para os juros da economia, sua definição envolve uma análise cuidadosa das condições econômicas atuais e futuras. A redução da taxa em janeiro já foi um sinal de que o Copom está atento às necessidades de estímulo à economia, mas sem perder de vista o controle da inflação.
Essa reunião será um marco na definição das políticas econômicas . Com uma projeção otimista para o fechamento da Selic, o mercado se mantém atento às sinalizações do BC. A decisão do Copom, seja por manter, reduzir ou aumentar a Selic, refletirá o compromisso do órgão em equilibrar crescimento econômico sustentável com o controle da inflação, desafiando os membros do comitê a ponderar meticulosamente sobre o melhor caminho a seguir para a economia brasileira.
(*) – É Professor Doutor de Ciências Econômicas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie.