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Como atrair talentos da Geração Z?

em Artigos
quinta-feira, 08 de agosto de 2019

Gustavo Leme (*)

Os jovens universitários, atualmente, são pertencentes à Geração Z, que engloba os nascidos entre 1990 e 2010.

Pelos próximos oito anos, pelo menos, ainda será esse grupo a ocupar a maioria das vagas nas empresas. No Brasil, atualmente, existem cerca de 24 milhões de pessoas com idades entre 18 e 24 anos, o equivalente a 15% do público maior de idade, de acordo com o IBGE. Por isso, o mercado de trabalho já precisa começar a se preocupar em atrair e reter talentos dessa faixa etária, que veio ao mundo inserida em um contexto tecnológico já desenvolvido.

Segundo estudo feito pelo SPC Brasil, em parceria com o Sebrae, esses jovens, em grande parte universitários, possuem visões bem distintas de seus familiares em relação ao mercado de trabalho. Eles buscam, em 42% dos casos, um emprego do qual gostem, e depois, 39%, conseguir equilibrar vida pessoal e trabalho, como sinônimo de sucesso profissional. Em último lugar, com 31% das respostas, eles disseram se importar com “ganhar bem”.

O estudo revela, ainda, que para a Geração Z, a felicidade na vida adulta consiste em uma combinação de segurança, estabilidade emocional e realização profissional. E que eles estão dispostos a adiar planos de casamento e filhos, por exemplo, se necessário, para atingir esses três pilares. Por ser uma geração com habilidade multitarefa, esses jovens costumam se relacionar com o trabalho de forma muito diferente das anteriores, primeiramente porque possuem habilidades digitais avançadas e gostam de trabalhar em áreas tecnológicas, que estimulem a criatividade.

Depois, porque têm a tendência de migrar muito de emprego, necessitando de engajamento contínuo, dinamismo, interatividade e multidisciplinaridade para desenvolverem suas características criativas e curiosas. Outro ponto primordial para essa geração, é a forma como lidam com diversidade étnico-raciais, culturais, estilo, gênero e identidade coletiva. Para eles, a empresa em que atuam precisa respeitar e valorizar esses conceitos. É recorrente vermos ações em redes sociais contra marcas que, de alguma forma, vão contra esses valores.

A flexibilidade de horários é outro ponto alto para esse grupo, que muitas vezes procuram por uma função que possa ser desenvolvida até em home-office. Também não sabem enxergar e lidar com hierarquias quanto as gerações passadas, por isso, empresas que compreenderem as peculiaridades deste novo grupo profissional e estiverem dispostas a se adaptarem a essas mudanças, sairão na frente de suas concorrentes.

Para conseguir não só atrair, mas reter um talento da Geração Z, a empresa precisa trabalhar o conceito de “Employer Branding”, ou “Marca Empregadora”, ainda cedo, enquanto estão nas Universidades, conhecendo sobre o possível ramo que irão atuar. As empresas podem atingi-los mostrando como são ligadas às questões socioeconômicas e ambientais, como fazem ações culturais para o público interno, como são flexíveis, tecnológicas, pouco hierárquicas etc. Isto é, de forma a chamar atenção dos próximos profissionais do mercado para que tenham desejo de pertencer ao time.

Engajamento é a palavra! Pois após atrair esses talentos, a marca precisa saber lidar com eles, incentivando-os com ações de endomarketing, criando um clima organizacional sempre agradável, ético e o menos hierárquico possível, além de horários e tarefas flexíveis, sempre abertos a mudanças que envolvam aprimoramentos tecnológicos. É imprescindível abrir espaço para que a vida pessoal do colaborador seja impactada positivamente pela profissional e vice-versa.

Ou seja, o segredo do sucesso é se adaptar às gerações para garantir vida próspera no mercado de trabalho.

(*) – É CEO da Estudante Herói, startup que imprime gratuitamente para universitários.