Henrique Carbonell (*)
O momento é de retomada da economia. Após períodos de altos e baixos observados no desempenho econômico nos últimos anos, a perspectiva é de vigor no crescimento do País.
Especialmente quando olhamos para o setor de serviços, que representa 60% do PIB brasileiro, o dado é animador. O segmento puxou o avanço da economia do Brasil no terceiro trimestre que, de acordo com IBGE, expandiu 0.8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. O mercado consumidor tende a mostrar mais robustez em 2019, e deve ter impacto positivo nos empresários do setor de varejo.
E é nessa toada que os pequenos empresários tendem a assumir a dianteira. Com o aumento da confiança do consumidor na economia, os gastos das famílias devem gerar retornos positivos para os varejistas. De acordo com a FGV, a confiança do consumidor avançou para o maior nível desde julho de 2014. O índice medido pela instituição subiu 7,1 pontos em novembro, atingindo 93,2 pontos. É o segundo avanço mensal seguido do índice, que acumulou alta de 11,1 pontos no bimestre outubro/novembro, a maior da série histórica iniciada em setembro de 2005.
Somado a isso, a confiança do próprio pequeno e médio empresário reflete o momento. De acordo com o IC-PMN, índice que mede a confiança de pequenos e médios negócios, o sentimento de otimismo dos empresários do setor de serviços cresceu 7,8% no quarto trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, registrando 69 pontos.
O momento é favorável para avançar nos negócios para 2019. Entretanto o pequeno empresário do setor varejista não pode se descuidar. Manter o equilíbrio financeiro do negócio, a despeito do cenário macroeconômico positivo, é fundamental. Ou seja, buscar o ponto ideal entre despesa e receita, otimizando custos.
Os períodos de menos bonança da economia do País trouxeram ensinamentos relevantes. O empresário entra em situação de risco quando, em razão de fatores externos, passa a não ter mais condições de arcar com despesas e possibilidade de reduzir custos de forma significativa.
Sobretudo no varejo, que possui características bastante particulares, manter as receitas e as despesas sob controle é essencial para uma boa gestão do fluxo de caixa – indicador primordial na condução do negócio. No varejo, é especialmente importante ter em mente que a divergência entre vencimento de compromissos financeiros e a geração recorrente de caixa pode gerar um descasamento, prejudicando a saúde financeira da empresa.
Compreender como utilizar os recursos financeiros de acordo com as especificidades do negócio, mantendo a solvência, pode ajudar o empreendedor a planejar reinvestimentos e novas alocações de recursos em momentos imprevistos. Outro ponto de atenção diz respeito ao capital de giro. O pequeno empresário, atento à saúde financeira do seu negócio, busca sempre manter o ativo circulante superior ao passivo na maior parte do exercício.
Mas planejar-se com antecedência a possíveis cenários de virada faz com que a busca por capital se faça necessário. O varejista deve então realizar esse planejamento a partir da eficiência na gestão de estoques e de contas a receber, e na otimização dos passivos, por meio de negociações com fornecedores, por exemplo.
Aproveitar o momento ameno da economia pressupõe também buscar inteligência na condução do negócio. E nesse aspecto, a tecnologia, hoje mais do que nunca, tem um papel fundamental. Por essa razão, a recomendação é que os pequenos varejistas busquem soluções de gestão financeira que não só os ajudem a gerenciar a empresa de forma simples, mas também a cumprir essas obrigações. Informatizar e categorizar os dados permitem otimizar esses cuidados.
Os ventos são positivos para 2019.
(*) – É sócio-fundador do Finanças 360º, empresa especializada em sistema de gestão financeira com conciliação automática de vendas por cartão para o pequeno e médio varejo (www.financas360.com.br).