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Carta de um CEO para os CIOs: onde devem estar seus investimentos

em Artigos
segunda-feira, 19 de abril de 2021

Marcel Pratte (*)

Apesar da sensação de que 2021 está reprisando 2020, 85% dos CEOs brasileiros estão muito confiantes com as perspectivas de crescimento deste ano.

De acordo com a recém-divulgada pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC). Além de otimistas, agora os executivos assumiram uma posição vital de implementar soluções inovadoras em suas organizações e escalar novos modelos de negócios, que é o segundo passo após a corrida por recursos digitais mais imediatos, que foram demandados pela pandemia da Covid-19.

De modo geral, esse positivismo vindo dos líderes até provoca alívio, pois a Transformação Digital é fundamental para a recuperação da economia brasileira em 2021. Entretanto, essa perspectiva confiante demanda movimentações estratégicas que devem ser conduzidas pelos CEOs em conjunto com os CIOs, pois qualquer investimento só será bem-sucedido se houver coliderança entre a área de negócios e a de tecnologia.

A TI deve se transformar e passar de uma área de apoio para uma área estratégica. Isso significa que seus investimentos devem ser direcionados para o coração dos negócios, com olhar muito mais para o mundo exterior e menos para os processos internos da empresa. O foco é acelerar a Transformação Digital da empresa.

A ordem é buscar soluções sob medida para ganhar competitividade. Segundo as análises do Gartner, as empresas estão diminuindo os gastos com customizações e atualizações de sistemas de gestão empresarial, ou seja, seus ERPs, dando foco nos desenvolvimentos que tornem as operações mais adaptadas a esse novo mercado, que exige sistemas mais dinâmicos, flexíveis, distribuídos e de fácil acesso.

O momento é de acelerar as integrações, buscar a conexão de sua empresa com todo seu ecossistema e stakeholders e usar todas as tecnologias disponíveis no mercado para isso. Aqui, vale intensificar o uso de todo potencial das tecnologias na nuvem e dos microsserviços, ou seja, as APIs (Interface de Programação Aplicada). Outro ponto extremamente importante é disponibilizar todos os meios de contato e de comunicação com seu cliente, facilitando a vida dele.

Nesse sentido, o uso de todos os canais digitais se tornou obrigatório. Do e-commerce ao WhatsApp Business, do app ao celular e à Internet das Coisas (IoT), dos Chatbots ao uso da Inteligência Artificial para conhecimento de seu cliente, assim como a integração dos meios de pagamento, lembrando que o Pix, lançado há pouquíssimo tempo, já é necessidade, e não mais inovação, entre outras conexões, é necessário ampliar a presença da empresa no universo online e digital.

A imersão no mundo digital exige uma mudança cultural das empresas, tornando-as mais ágeis, abertas ao novo e, como eu disse acima, focadas no mercado. E a área de TI pode ser a protagonista nessa mudança. A implantação de uma cultura ágil pode começar pela TI, com o famoso MVP (Produto Viável Mínimo), e depois ser implementado em todas as outras áreas da empresa.

E aqui eu falo com propriedade, pois implantamos as metodologias ágeis em nossa organização, utilizando o modelo de squads, e o resultado foi uma empresa mais orgânica, horizontal e muito ágil. As tendências das soluções sob medidas e dos investimentos no digital são mandatórios e estão aí para podermos concretizar as perspectivas deste e dos próximos anos. Empresas que não se adaptarem ficarão para trás, pois nenhuma pode mais se sentir segura.

O mundo empresarial está passando por mudanças bruscas e as empresas estão cada vez mais expostas. Uma cultura ágil e digital é fundamental para conquistar esse mercado gigante e com enorme potencial.

(*) – É CEO do Grupo Viceri, holding de tecnologia da informação especializada em desenvolvimento de software customizado, consultoria e produtos digitais, que completa 30 anos de atuação.