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As perspectivas para o futuro do mercado de reposição brasileiro

em Artigos
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Marcelo Martini (*)

Transitar pelas ruas, estradas e rodovias exige muitos cuidados. Ao colocar a mão no volante, é primordial atentar-se aos demais condutores, condições das vias e, principalmente, ao estado do próprio veículo. Com isto em mente, para evitar surpresas indesejadas durante o trajeto, é fundamental que a manutenção do automóvel esteja em dia e, neste contexto, o Aftermarket, também chamado de mercado de reposição, tem se destacado ao oferecer um leque de opções que proporcionam um melhor desempenho aos automóveis.

O Sindipeças (Sindicado Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) estima que, em 2022, o mercado de reposição foi responsável por 18,4% dos R$ 191 bilhões faturados pela indústria brasileira de autopeças. Para 2023, a projeção é de 19,4% na participação do Aftermarket e a expectativa é que o setor de autopeças atinja um faturamento de R$ 202,7 bilhões.

Diante deste crescimento, é preciso acompanhar de perto as principais movimentações do setor, bem como as perspectivas, desafios e ganhos proporcionados aos profissionais de manutenção, e também aos motoristas.

Tendências para o mercado de reposição em 2023

Além de garantir o bom funcionamento do automóvel, as revisões periódicas são cruciais para preservar o bolso e a segurança do consumidor. Esta é uma realidade cada vez mais perceptível entre os motoristas. De acordo com dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), foram emplacados 1,95 milhão veículos leves, registrando uma queda de 0,85% em 2022.

A partir deste cenário, com a dificuldade de realizar a troca de automóveis por modelos mais novos, torna-se vantajoso e rentável precaver-se de eventuais problemas, a partir da manutenção preventiva e cabe ao mercado de reposição, fortalecer esta cultura para que a maior parte possível da frota veicular passe por revisões no período adequado.

Paralelamente ao cuidado com veículos tradicionais, mesmo que timidamente, a eletrificação tem ganhado cada vez mais força na agenda do segmento automotivo. E o grande desafio para atender a esta nova demanda é a construção de uma infraestrutura que suporte recargas em longas distâncias. Grandes capitais e centros urbanos têm investido em eletropostos, que são pontos de recarga para veículos elétricos. No entanto, muitos estão em espaços privados e não são suficientes para suprir as necessidades dos proprietários de carros elétricos.

Outra tendência do setor é o avanço na aplicação de tecnologias avançadas que propiciem maior conectividade entre os veículos. As montadoras buscam implementar soluções disruptivas que podem transformar os automóveis em verdadeiros computadores sobre rodas. Seja através do acesso à internet via Wi-Fi, mecanismos para destravar portas e dar partida remotamente, ou, até mesmo, por meio de recursos de segurança, como detector de ponto cego e frenagem automática, por exemplo. O fato é que a inovação tem, constantemente, tornado os carros mais seguros, customizados e inteligentes.

O papel do lubrificante no mercado de reposição

Entre os processos presentes nas revisões, a lubrificação do motor é uma etapa chave para manter o automóvel em regularidade. Por isso, entidades do segmento mantêm-se atualizados para promover melhorias que entreguem modernidade e qualidade aos consumidores.

Observando os próximos anos do Aftermarket, a atenção está voltada para a redução de viscosidade em veículos novos e maior controle na emissão de gases poluentes. Para sanar este gargalo, já é possível observar frotas utilizando lubrificantes com menor viscosidade, como 0W-20 e 0W-40. Na Europa e Japão, por exemplo, produtos com a sinalização 0W-16 e 0W-08 já estão em circulação. Desta forma, optar por este tipo de óleo pode provocar menor consumo de combustível e, consequentemente, maior preservação ambiental.

Para além dos motores, o segmento de reparação também tem dado foco especial para a manutenção em veículos com transmissão automática. Neste caso, o óleo lubrificante é responsável por realizar a limpeza das peças, assegurar a pressão correta, proteger o sistema contra a oxidação e, principalmente, lubrificar todo o conjunto do câmbio.

O futuro do mercado de reposição

Tendo em vista as atuais movimentações do setor automotivo, como a eletrificação e a maior conectividade, a área de reparação precisa preparar-se fortemente para ultrapassar essas novas barreiras. Diante de tantas transformações no setor, o mercado deve investir na capacitação dos profissionais, para que assim eles possam lidar melhor com as atuais demandas e novas tecnologias, e não somente com as tradicionais peças analógicas presentes na rotina das oficinas.

Apesar do cenário desafiador, é possível vislumbrar um futuro com grandes oportunidades para o mercado de reposição. Olhando para frente, o Aftermarket seguirá empenhado em desenvolver as melhores alternativas que contribuam para prolongar a vida útil dos carros, promover mais economia, segurança e bem-estar ao motorista, aos passageiros e, também, aos reparadores mecânicos.

(*) É Gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, maior fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.