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As empresas e os talentos grisalhos

em Artigos
segunda-feira, 26 de março de 2018

Edgar Werblowsky (*)

Diversidade é o que sai fora da curva da maioria. No caso humano, são LGBT, pessoas com deficiência física, anões, negros…

Em suma, todas as pessoas que são diversas da maioria. Ao menos é isso o que as empresas estão tratando como diversidade. E como estas empresas vêm tratando a diversidade? Promovendo a inclusão, sob a égide da Responsabilidade Social. Muito bem. Vamos agora subir ao topo do edifício. Olhar mais de cima. Se fizermos isso iremos observar, no todo da sociedade, um aumento de Cabeças Grisalhas.

E o que as empresas estão fazendo com os Cabeças Grisalhas?
Acho que se esqueceram de olhar. Até porque a maioria dos seus executivos são cada vez mais jovens. E não é fácil para alguém de 30 se por nas botas de alguém de 60. Tratar a diversidade é essencial. Respeitoso.

Agora, enxergar os Cabeças Grisalhas é olhar para todos nós mesmos daqui a alguns (ou muitos) anos. E aqui a questão não é apenas de Inclusão. Vai muito além disso. Estamos falando do Conjunto Universo. Um conjunto onde estará toda a sociedade. A não ser que não cheguem lá.

Se criamos há alguns anos a gerência de Diversidade e Inclusão teremos que, com muito mais abrangência, criar a gerência do Conjunto Universo. Será que as empresas estão olhando isso com a atenção merecida? Ou estão correndo atrás do bonde, deixando apenas na área dos Recursos Humanos?

Agora vem o mais importante. Os Cabeças Grisalhas têm dois chapéus. No primeiro eles são os Talentos Grisalhos. As pessoas que trabalham na organização. No segundo, eles são o Mercado Grisalho. As pessoas que compram da organização. E aqui vem a sacada maior. Cuidando do primeiro, naturalmente se aprende a entender melhor o segundo. E enxergar melhor esse magnífico segundo.

E vejam só o tamanho do Mercado Grisalho: 5,6 trilhões de dólares, para as pessoas acima dos 50 anos, contra 4,9 trilhões de dólares do Mercado Jovem e Adulto, para aqueles abaixo dos 50. Dados dos EUA, de 2015, coligidos por nada menos do que Joseph Coughlin, diretor do AgeLab do MIT, e autor do livro The Longevity Economy – Unlocking the World’s Fastest Growing, Most Misunderstood Market.

Tiro certeiro. A vantagem competitiva nasce dessa grande sacada. Olhar o Conjunto Universo, mirar no Mercado Grisalho, usando os Talentos Grisalhos como chave mestra para abrir esse portão, é muito mais do que uma política social, é uma estratégia empresarial extremamente inteligente. E essencial para a sobrevivência. E para a longevidade da organização.

(*) – É organizador do Fórum de Talentos Grisalhos, CEO da Aging Free Fair, fundador da Freeway e da Immaginare.