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A investigação dos porquês

em Artigos
terça-feira, 08 de dezembro de 2015

Roberto Gameiro (*)

Paulo Freire, certa vez, escreveu: “Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos”.

Estímulo, observação, colaboração, pesquisa, investigação, descoberta, informação, problematização, questionamento, aprendizado, partilha, todos esses significantes, e muitos outros, são usados pelos educadores para dar significado a algum enfoque do processo de construção do conhecimento nos diversos segmentos que compõem a Educação Básica. Todos eles, entretanto, têm origem numa única palavra: curiosidade.

Albert Einstein sempre enfatizou que o importante é não parar de questionar. O estimulo à curiosidade incentiva a investigação, que leva ao questionamento (o porquê), e este propicia a colaboração, que leva às descobertas, introduzindo as partilhas, que somadas aos conhecimentos prévios, constituem a construção dos novos conhecimentos. O ciclo do aprendizado assim, geralmente, se constitui. Simples assim.

Por que o vagalume tem aquela luz? Por que o barulho do raio vem bem depois dele cair? Por que a abelha faz mel? Por que a noite é escura? Por que a estrela brilha? Por que as pessoas morrem? Por que o galo não bota ovo? Por que não? (…)

“A prática de inserir as crianças cotidianamente em situações de pesquisa e debate favorece o questionamento sobre si próprias e sobre os outros, o que as torna mais participativas e, futuramente, cidadãos mais críticos e cientes da importância de seu papel em uma sociedade mais justa e igualitária. Os alunos são convidados a compor seu ponto de vista em conjunto com os demais, fortalecendo o processo de construção não apenas de suas identidades individuais, mas do coletivo com suas múltiplas particularidades” (Educaçao Integral).

A citação acima constitui o cerne da postura pedagógica de Reggio Emilia, cidade da Itália, cujo sistema municipal de educação está sendo modelo para a reconstrução metodológica em escolas, notadamente na Educação Infantil, mas que traz elementos didáticos relevantes também para os demais segmentos da Educação Básica.

Formar cidadãos conscientes do seu necessário envolvimento na construção de uma sociedade mais justa, solidária, amorosa e sustentável, passa, sem dúvida, pelo incentivo e acompanhamento de suas performances, desde a mais tenra idade, pela família e pela escola, educando-os para o bem, para serem agentes protagonistas do seu próprio desenvolvimento e partícipes da busca constante da melhoria da qualidade de vida para todos.

Qualidade de vida que se pauta pelo amor a Deus e pelo amor ao próximo.

(*) – É Diretor Geral do Colégio Marista de Goiânia, da Rede de Colégios do Grupo Marista e Mestre em Administração, Pedagogo e Licenciado em Letras.