Sérgio Lima (*)
Já está claro o desafio global nesse momento, e imediatamente após a quarentena: recuperar o movimento econômico, muito impactado durante a pandemia.
E grande parte desse processo vem, e virá ainda mais, do comércio digital. Atualmente, olhando para o mercado, os problemas já começam a se mostrar. Um relatório semanal que monitora vendas no e-commerce divulgado pela Nielsen Brasil apontou uma queda importante de mais de 15% nas vendas de produtos online, que ocorreu a partir do meio de abril.
Os números são um reflexo do que nos espera em relação a situação econômica daqui para frente. Isto posto, é imprescindível, então, que os varejistas – sejam eles digitais ou não – avaliem estratégias que contribuam para alavancar o potencial de vendas de uma empresa. E entendo que uma das mais importantes iniciativas nesse sentido é cuidar com muito carinho do marketing, já que, sim, ele pode ser uma importante catapulta para o faturamento.
Isso porque o marketing atua diretamente na inteligência estratégica e competitiva das empresas. Essa ferramenta poderosa possibilita um melhor entendimento de seu segmento de atuação, possibilitando a criação e oferta de produtos e serviços que atendam a necessidade de seu público-alvo. Neste contexto, algumas perguntas surgem, naturalmente, como: por onde começar? Quais aspectos são importantes de observar para aumentar as vendas? É preciso investir em ferramentas digitais?
Vamos lá! A principal dica é começar entendendo o momento e procurando formas de se adaptar. Trago aqui, um exemplo real para ilustrar o que digo: no dia das mães, muitos grandes varejistas criaram opções de drive thru, em que o cliente realizava compras por algum canal digital e retirava na garagem de shoppings ou grandes lojas, devidamente protegido e sem sair do carro!
Iniciativas desse tipo tem crescido em todo o país. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers, 20% dos shoppings centers já adotam estratégias parecidas por aqui! O mesmo tem ocorrido lá fora. Só que nos EUA, já foi possível medir o retorno desse tipo de modalidade de entrega. A CVS, empresa de venda de produtos farmacêuticos e cosméticos, relatou um aumento de vendas de 9% no trimestre, e vem testando os drive thrus como opção desde então.
Portanto, pode-se entender que essa é uma estratégia bastante simples de se executar, apesar de ter o seu pulo do gato: para dar certo, precisa ser bem comunicada, afinal, ninguém pode aderir ao que nem sabe que existe. E é nesse momento que uma boa estratégia de marketing é essencial!
O que nos traz de volta, a última pergunta: é preciso investir em ferramentas digitais? E a resposta seria: depende! É preciso entender o que você considera como ferramenta digital. É claro, que em momentos em que as pessoas estão isoladas em suas casas, não é possível atingi-las fisicamente, o que obviamente, nos faz pensar que o digital é a única forma de atingi-la.
A questão aqui é, não é necessariamente obrigatório investir em ferramentas de métricas, e campanhas de Mídia de alto custo. É mais importante, nesse momento, conhecer o seu consumidor e compreender claramente de que forma ele é impactado por uma informação e, consequentemente, como aquela informação chegará a ele efetivamente.
Nesse caso, se você é um varejista de porte pequeno ou médio, por exemplo, e grande parte do seu público tem uma troca boa por whatsapp, um comunicado por essa plataforma pode resolver. Se é grande, talvez essa ferramenta seja inviável. Por esse motivo, é preciso conhecimento, personalização e sensibilidade para encontrar o melhor caminho.
(*) – É CEO da S8Wow, uma das principais agências de comunicação com soluções omnichannel do país.