José Antônio de Souza Junior (*)
Elaborada pelo IBGE, a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad), revelou que quase 290 milhões de produtos da linha branca e marrom estão nos lares permanentes dos brasileiros.
Se fizermos um levantamento rápido e levarmos em consideração os utensílios destas linhas que estão em uma casa de classe média, sem contarmos os duplicados, chegaremos ao número de 20 a 30, aproximadamente. Esta é quantidade de eletroeletrônicos e eletroportáteis que poderiam causar algum mal à saúde e à segurança das pessoas, caso não possuíssem certificados.
Diante desses números, é notório que a certificação de conformidade tem se tornado cada vez mais comum. Um reflexo de uma sociedade que tem adquirido mais bens, e de consumidores que estão cada vez mais exigentes, buscando qualidade e proteção em tudo o que consomem. Mas por que essa certificação é tão importante? De acordo com o Inmetro, esta comprovação de conformidade induz à busca contínua da melhoria das condições dos itens avaliados.
Para as empresas é importante que uma parte independente, sem qualquer ligação com na relação de compra e venda, avalie os artigos fabricados com o objetivo de atribuir maior credibilidade ao que será colocado no mercado. Em âmbito governamental, é uma garantia em relação às trocas comerciais. Afinal, cada vez mais os blocos econômicos buscam, através de requisitos regulatórios, estabelecer critérios mínimos para a comercialização de produtos entre países.
Já para o consumidor, a parte que mais sofreria as consequências caso os itens não fossem devidamente avaliados, é a certeza de que estes atendem aos padrões mínimos exigidos. Ou seja, a certificação assegura que a cafeteira, que está lá na cozinha, não vá se inflamar ao se seguir todas as regras descritas no manual que veio junto ao produto. Garante que uma criança não alcançará as pás de um ventilador que ficou ligado na sala. Entre outros incontáveis exemplos.
Daí a importância de sempre ler as instruções de uso e cuidados necessários. Sejam elas de uma geladeira, de uma máquina de lavar roupa, ou de um computador. Outro ponto que deve ser levado em consideração pela sociedade é a preferência por produtos certificados, sem buscar como alternativa os produtos piratas.
Num primeiro momento estes podem ser mais atraentes, levando em consideração os preços praticados. Porém, do ponto de vista da segurança, da saúde e/ou do meio-ambiente, eles mostrarão que não são vantajosos, considerando que não atendem aos requisitos normativos mínimos. Sendo assim, são considerados um risco, seja às instalações e, principalmente, ao usuário.
(*) – É gerente de engenharia da UL do Brasil.