Marcelo Arone (*)
Se em 2023, vivemos um tempo de correção da economia, 2024 pode ser o ano da virada. De cada 10 profissionais que receberão bônus este ano, 8 estão abertos a escutar novas propostas e, quem sabe, mudar o próprio caminho profissional. Os melhores mercados para contratações devem ser Infratestrutura, Consumo, Serviços e Tecnologia, seguindo as tendências sos últimos anos.
No ano passado, o Brasil foi o país que mais se beneficiou dos investimentos externos, com 41% do total de valores estrangeiros que vieram para a América Latina, seguido por México, Colômbia e Chile. Estamos mais interessantes que a China e a Rússia, competindo com mercados mais jovens, como o próprio México e a Índia. Mesmo ante um mercado apreensivo, com cenários de conflitos mundiais, crescemos 2,9% no PIB.
Foi um ano que, apesar dos pesares de um novo governo e de incertezas que a mudança no direcionamento da gestão causou, tivemos boas contratações, vivemos uma certa dança das cadeiras causada pela busca de flexibilidade e, por isso, pelo aumento de contratações por projeto. Outra herança da pandemia e do home-office: temos profissionais mais ocupados, hoje, com o seu bem estar profissional e pessoal no longo prazo.
Com a volta dos IPOs – a bolsa, segundo os estudiosos, tem tudo para atingir sua máxima histórica em 2024 – e um foco maior dos investimentos estrangeiros, o Brasil deve viver um período de ainda mais crescimento. Vale a pena enfatizar que muitas dessas mudanças são cíclicas.
Se em 2021 ainda estávamos nos recuperando da pandemia e entendendo novos modelos de negócios e, em 2022, tivemos dar alguns passos para trás, aguardando o que o novo governo nos traria, no ano passado, o trabalho foi de organizar o background e entender as mudanças que vieram. Agora, com o dever de casa feito, o momento pode ser o melhor para crescer. E podem por isso mesmo, ser o grande ano da virada na carreira.
Historicamente, anos de eleição são um tempo de espera. Os mercados estão mais apreensivos, especialmente quando um novo governo entra no poder e precisamos entender qual será a lógica da economia. A partir daí, temos, na sequência, um ano de organização seguido de um ano de crescimento, para então entrarmos em uma nova retraída, aguardando outras eleições.
Estamos, hoje, vivendo esse terceiro momento, e já podemos traçar um perfil do mercado.
Além de uma maior confiança no sistema e um otimismo, ainda que reservado, causado pelos novos perfis de investimento, a partir de 2024, teremos, muito provavelmente, uma seniaridade no perfil das contratações. Isso significa que a busca por profissionais mais experientes e, portanto, ainda mais capacitados, deve aumentar.
Com a promessa de crescimento, vem a necessidade de mais estratégia e de um posicionamento mais agressivo. Nesse cenário, a experiência fala mais alto, com a necessidade de uma tomada de decisão mais rápida e, ao mesmo tempo, mais arrojada – o cavalo vai passar encilhado e as organizações precisam de profissionais que estejam aptos a agarrar as oportundidades.
Se esse é o seu perfil profissional, essa é a hora de você se mostrar. Se você precisa de um profissional assim na sua organização, pode ser o momento de procurar. Os matchs certos trarão bons frutos, sabemos disso. E, talvez, tudo que você precisa é estar no lugar certo e na hora certa.
(*) – É headhunter e especialista em processos de transformação e profissionalização de companhias (https://optme.com.br).