Ninguém duvida que a sabedoria do agricultor é fundamental para trabalhar a terra, semear e colher. No entanto, o avanço da tecnologia tem possibilitado mais recursos para o cultivo do solo, o comportamento meteorológico, como administrar as ferramentas e estabelecer o cronograma da safra. Isso já é realidade no campo brasileiro, e se chama agricultura de precisão.
Uma pesquisa feita em 2021 (IHS Markit e AsBraAP – Associação Brasileira de Agricultura de Precisão e Digital) em 11 estados do país apontou que a taxa de adoção de agricultura de precisão varia bastante, dependendo da cultura. No caso do algodão, é de 66% dos produtores. O cultivo de soja tem esse tipo de ferramenta em 34% da lavoura, e da cana-de-açúcar ainda 14%. Ou seja, apesar de estar em ascensão no Brasil, a digitalização do campo ainda tem muito espaço para crescer.
Em termos práticos, a agricultura de precisão compõe um sistema de gestão que leva em conta variações espaciais e temporais de uma propriedade para monitorar atividades agrícolas, por meio da adoção de tecnologias avançadas (como aplicativos móveis, automação, Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), análise de dados por meio de algoritmos (Big Data) e geolocalização), promovendo uma série de benefícios aos produtores, tais quais o ganho de eficiência, aumento da produtividade e economia de recursos financeiros.
A adoção de plataformas digitais e tecnologias de gerenciamento vem crescendo cada vez mais no Brasil. Quem explica é João Saud, vice-presidente executivo da Asper, empresa provedora de serviços gerenciados de tecnologia. “A transformação tecnológica por parte dos pequenos, médios e grandes produtores permite a identificação de uma série de padrões, ajuda na tomada decisões mais fundamentadas e reduz impactos ambientais. Com base no histórico do clima de uma região, esse tipo de tecnologia pode apontar qual a melhor hora de plantar, ou criar um modelo de gerenciamento, levando em consideração informações sobre o solo, por exemplo. E assim, a infraestrutura digital passa a ser inevitável e fundamental para o amplo desenvolvimento desse setor.”