Para inaugurar um novo ciclo de desenvolvimentos econômico no Brasil e globalmente
Como objetivo principal em expandir o conhecimento científico e tecnológico aos pequenos e médios produtores rurais, por meio de parcerias público e privadas, foi realizado nesta última quarta-feira, 26/10, o seminário “Temas Críticos para o Terceiro Salto da Produção Global de Alimentos”, numa parceria entre o Fórum do Futuro, o Banco Mundial, o FIDA e a Universidade Federal de Viçosa.
Evaldo Vilela, presidente do CNPQ, conduziu a abertura reiterando a honra de estar cobrindo o presidente do Fórum do Futuro. “Amigos e amigas, a possibilidade de levar ao mundo de forma sistêmica a mensagem de Alysson Paolinelli é uma honra para mim. Nosso ex-ministro propõe uma nova leitura para este momento de profundas crises e diversas dificuldades. Ele sugere o pacto global do alimento que é, na verdade, um grande encontro de agendas que inclui a inclusão social e tecnológica dos pequenos e médios produtores rurais com base no referenciamento científico em diálogo direto com o enfrentamento dos principais gargalos globais”, representa Evaldo.
O representante do CNPQ acrescenta ainda que Paolinelli, em todas as oportunidades, lembra que o Brasil tem aproximadamente cinco milhões de famílias ligadas à pequena produção agrícola. Ele observa também que aproximar os pequenos e médios produtores aos conhecimentos e as tecnologias sustentáveis de que já existem é um grande desafio. “Só no Brasil são aproximadamente quatro e meio milhões de endereços agrícolas catalogados no arquivo dos que estão fora do agronegócio brasileiro. E são dezenas de milhões em toda a região tropical”, destaca Vilela.
Na sequência do diálogo, Diego Arias, gerente da Unidade de Agricultura da América Latina do Banco Mundial, aborda questões de fome e de desnutrição. “Hoje temos a fome que está aumentando em nível mundial, seja por conflito, seja por inflação, mas também temos um problema de sobrepeso e de obesidade que tem grandes implicações para o sistema de saúde humana. Então, esses três objetivos, econômico, ambiental e de saúde fazem com que nós não possamos continuar do jeito que estamos”.
Arias salienta que as propostas elaboradas são eficazes, dando ênfase ao conhecimento científico e tecnológico, porém, falta preparo técnico para atingir os resultados almejados. “As soluções têm funcionado e o Brasil pode virar esse lugar de inovação como foi já há anos atrás, mas a qualificação tem que mudar”, observa o representante do Banco Mundial.
O representante do FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola), Klaus Reiner, expôs que os desafios são grandes, sendo necessário um aumento da produtividade ao mesmo tempo em que a sustentabilidade é frágil. “O Brasil tem preparado muitas soluções, especialmente na convivência com os biomas, com o semiárido, com o Amazonas, e isso está em desenvolvimento, mas já tem muitos elementos disponíveis. Juntando as forças das instituições, podemos também ouvir um pouco dessas inovações atuais e as experiências com eles. Isso pode aterrissar no campo com os pequenos produtores”, observa Klaus.
Finalizando o bloco de abertura, Raul Narciso Carvalho Guedes, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade Federal de Viçosa, ressalta que o país tem uma diversidade de biomas muito grande, e se contrapõe um grande sistema de produção com um pequeno sistema de produção. “Projetar um pouco melhor o tipo de envolvimento que a universidade pode ter dentro desse contexto, passando pela resolução do problema através de pesquisa, através de inovação, e a divulgação disso, fazendo chegar até o público a condição ou a necessidade de utilizar dessas soluções”, finaliza.