Ao longo das últimas décadas, a produtividade da agricultura brasileira foi mudando de patamar a partir da adoção de tecnologia no campo. Na década de 1970, por exemplo, o avanço do agronegócio para o centro-oeste do País foi possível graças à adoção da calagem, técnica em que se adiciona calcário ao solo para neutralizar sua acidez. Mais tarde, outra inovação que propiciou a mudança de produtividade do agronegócio brasileiro foi a fixação biológica de nitrogênio na soja. Em paralelo, foi a vez dos ganhos de produtividade por meio da difusão dos fertilizantes tradicionais (NPK). Obviamente, esses são apenas alguns exemplos de tecnologias que ajudaram a agricultura nacional a alcançar os altos índices de produtividade que tem. De qualquer forma, a agricultura nacional tem dois grandes desafios: (i) diminuir sua alta dependência externa de insumos básicos, como fertilizantes e defensivos; e (ii) aumentar sua produtividade ainda mais, mitigando efeitos sobre o meio ambiente, para atender a projeção de aumento de demanda de gêneros alimentícios por conta da previsão de aumento da população mundial em um padrão de liderança mundial agroambiental. Em ambos os desafios, não há alternativa para o Brasil (e para o mundo) que não passe pela ciência, tecnologia e inovação. É por isso que o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) confere grande ênfase às cadeias emergentes. Os formuladores do PNF entenderam que, para o Brasil dar mais um salto de produtividade, será preciso complementar as tecnologias já consolidadas (calagem, FBN, fertilizantes tradicionais etc) com novas tecnologias relacionadas a bioinsumos, bioprocessos, biofertilizantes, inoculantes e condicionadores de solo, fertilizantes orgânicos e organominerais, subprodutos com potencial de uso agrícola, nanotecnologia e tecnologia digital, remineralizadores e agrominerais. É por isso que o PNF conta com metas e ações claras para as cadeias emergentes. É preciso criar as condições necessárias para que as pesquisas evoluam dos laboratórios para a indústria e cheguem para os agricultores potencializarem suas produtividades, com custos menores. Investir nas cadeias emergentes é fundamental para diminuir a dependência externa por fertilizantes e também para garantir a segurança alimentar mundial. As cadeias emergentes podem suprir (a médio e longo prazo) mais de 25% da demanda por fertilizantes. Tudo isso com tecnologia nacional, gerando valor e mais riqueza do agronegócio para a sociedade brasileira.
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