O agronegócio é um dos pilares da economia brasileira, responsável por 27% do PIB e posições de destaque em rankings internacionais. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de carne bovina e o maior exportador deste insumo. O país também ocupa o quarto lugar na lista dos maiores exportadores de produtos agropecuários – segundo publicação do SEBRAE/RJ sobre tendências desse segmento. Olhar somente para os números grandiosos do agronegócio brasileiro talvez dê a ideia de que tudo vai bem e que não há como melhorar. Mas uma análise com mais atenção demonstra que, para continuar sendo relevante diante de novos players de mercado e de consumidores mais exigentes, é preciso estar atento aos avanços tecnológicos.
Ter conhecimento sobre a terra e dos ciclos dos diferentes produtos cultivados continua sendo essencial, sobretudo no que se refere ao respeito à natureza e ao tempo necessário para cada ação frutificar. No entanto, as habilidades ligadas à utilização de tecnologia no campo têm se mostrado uma vantagem competitiva, tanto para os grandes quanto para os pequenos produtores.
Nesse contexto, quem está disposto a somar conhecimentos já está um passo à frente em matéria de adaptação ao cenário que está se desenhando. De acordo com o professor Edilberto Nunes de Moura, coordenador da Graduação 4D em Agrodigital da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o profissional do futuro é alguém que: “entende do agronegócio, entende de tecnologia e é capaz de integrar essas duas grandes áreas. Esse profissional irá trabalhar na interface tanto do agronegócio quanto da tecnologia aplicada a ele”.
Além disso, segundo o professor Edilberto Moura, outra dica para quem quer se destacar nesse mercado de trabalho é desenvolver a habilidade da comunicação assertiva, para ser um agente que ouve as demandas e contribui com as diversas atividades que fazem parte da cadeia produtiva.
Um levantamento da 360 Research & Reports indica que o setor da agricultura digital deve crescer 183% até 2026, um número significativo para um horizonte próximo. Além disso, está prevista a abertura de aproximadamente 178,8 mil novos empregos na área de agricultura digital nos próximos dois anos, conforme aponta o estudo “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e Desafios na Qualificação Profissional para uma Recuperação Sustentável”.