Rogério Athayde (*)
A tecnologia é uma aliada fundamental no fortalecimento do agronegócio brasileiro.
A inteligência artificial (IA) é um dos principais pilares desse avanço. O setor agora enfrenta desafios significativos com o avanço da IAG (inteligência artificial generativa). Este é um campo emergente que promete revolucionar todos os elos desse importante segmento da economia, desde a produção até a gestão agropecuária.
Estados como Mato Grosso, São Paulo e Paraná despontam como os mais avançados no uso da IA no setor, demonstrando a relevância dessa ferramenta para impulsionar a produtividade e a sustentabilidade da área. Entretanto, tal seara ainda é deficiente quanto à contratação, à capacitação e ao treinamento dos trabalhadores. É necessário que haja preparo desses indivíduos para que estes possam operar e, mais do que isso, contribuir para o desenvolvimento contínuo dessas novas tecnologias.
O Brasil está na vanguarda da pesquisa e desenvolvimento de tecnologias. Somos, hoje, espectadores de uma atualização que marca a transição da Agricultura 4.0, que se concentra em máquinas e soluções tecnológicas, para a Agricultura 5.0. A nova fase incorpora robótica, machine learning e IA aos sistemas de produção agrícola, com foco na produtividade e sustentabilidade.
Além de otimizar processos e aumentar a eficiência, a IA no agronegócio brasileiro está ligada a práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança). Por meio da IA, é possível promover práticas agrícolas mais sustentáveis, como o monitoramento preciso do uso de insumos, a redução do desperdício e a otimização do uso da água, contribuindo para a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social nas áreas rurais.
Os dados da IA no agronegócio em 2024 apontam para um crescimento significativo no uso dessa tecnologia, com previsões ainda mais promissoras para 2025. Diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas no país, espera-se que a inteligência artificial desempenhe um papel crucial na adaptação e mitigação dos impactos ambientais na agroindústria.
Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), mais de 2.000 agtechs brasileiras (startups dedicadas ao agronegócio) estão impulsionando o setor com ferramentas de IoT (Internet das Coisas) e IA. Além disso, o valor de investimento em IA no mercado global de agricultura, segundo a Statista, deve se aproximar dos US$ 4,7 bilhões até 2028.
Para ser aplicável e replicável, as tecnologias devem ser adaptáveis ao contexto brasileiro e flexíveis para adoção em cenários e usuários distintos, a fim de atender às variadas necessidades dos produtores agrícolas e pecuaristas brasileiros sem deslocar práticas tradicionais que são vitais para muitas comunidades rurais.
Portanto, é inegável a importância da inteligência artificial no agronegócio brasileiro, não apenas para impulsionar a produtividade e a eficiência, mas também para promover práticas sustentáveis e contribuir para a resiliência do setor frente aos desafios climáticos. Investir nessa tecnologia é investir no futuro do Brasil.
(*) CTO da keeggo.