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A importância do diagnóstico da Tuberculose Bovina

em Agronegócio
sexta-feira, 09 de fevereiro de 2024

Considerada um grande risco para a saúde pública por ser uma zoonose infectocontagiosa de evolução lenta e importância mundial, a tuberculose bovina tem sua maior incidência nos países em desenvolvimento e gera inúmeros prejuízos econômicos aos pecuaristas.

A doença é causada pela bactéria Mycobacterium bovis, que pode contaminar o gado pela via respiratória e pode passar para os seres humanos através do contato com as secreções do animal, como fezes, sangue, urina, muco e leite – por meio da ingestão de leite cru ou derivados do leite cru.

“A tuberculose bovina é uma doença cuja manifestação clínica depende da resposta imune do animal, que pode permanecer assintomático por um longo período e se tornar o principal foco de transmissão entre rebanhos e para os humanos. Quando existe a queda de imunidade nestes animais é que é possível observar sinais como tosse seca, dificuldade respiratória e perda de peso acentuada”, explica Marcos Malacco, médico-veterinário gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal.

Além dos riscos à saúde pública, os impactos econômicos da tuberculose bovina são muito relevantes para a pecuária brasileira. Muitas vezes a doença passa despercebida e é descoberta apenas com achados específicos nos abatedouros, ocasionando a condenação das carcaças e comprometendo a comercialização de produtos de origem animal da propriedade de origem dos animais.

De acordo com Malacco, diagnosticar corretamente a doença nas propriedades é essencial para manter a doença controlada no território nacional. Para isso, o teste deve ser feito por um médico-veterinário credenciado no Serviço Veterinário Oficial da região com a inoculação intradérmica da tuberculina, proteína produzida pela bactéria causadora da doença.

“O custo do teste para o produtor é muito acessível, não vale a pena negligenciar isso. Não existe tratamento ou vacina contra a doença, por isso a única forma de prevenir e controlar a tuberculose bovina é através da realização de testes regulares no rebanho, com o isolamento imediato dos animais positivados ou com teste inconclusivo. A doença é de notificação obrigatória e os animais positivos precisam ser encaminhados ao abate sanitário para evitar que proliferem a bactéria no rebanho e entre humanos”, reforça.

No Brasil, o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) é o responsável, através das secretarias estaduais de defesa agropecuária, a incentivar a realização dos testes e certificação dos rebanhos livres da doença, promovendo um valor agregado para a propriedade e seus produtos de origem animal.

Além do teste regular e descarte dos animais positivos da propriedade, adoção de medidas de biossegurança como o controle da origem de novos animais, isolamento na chegada à propriedade e teste dos animais a serem integrados no rebanho também são essenciais para a sanidade da fazenda.