O Tesouro Direto tem recorde de novos participantes: foram 82.568 investidores que passaram a fazer parte do programa em janeiro, de acordo com balanço divulgado ontem (26), em Brasília, pelo Tesouro Nacional.
Com isso, o Tesouro Direto atingiu 1,9 milhão de investidores cadastrados, um aumento de 60% nos últimos 12 meses. O número de investidores ativos chegou a 542 mil, uma variação de 35,1% nos últimos 12 meses. A maior parte das operações do programa é de até R$ 5 mil e elas responderam por 79% do total, revelando uma grande presença de pequenos investidores.
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional – desenvolvido em parceria com a Bolsa de Mercadorias e Futuros e Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) – BM&F Bovespa – para a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, por meio da internet. Ele foi criado em 2002 para democratizar o acesso aos títulos públicos, permitindo aplicações com apenas R$ 30. O estoque do programa fechou janeiro com R$ 47,2 bilhões, aumento de 13% em relação a janeiro de 2017. Títulos indexados à inflação representaram mais de 60% do estoque.
Já o Tesouro Selic, indexado à taxa de juros básica da economia, concentrou os títulos mais demandados no mês passado: 41,2%. Apesar do aumento no número de investidores, o Tesouro registra, desde agosto, emissão líquida negativa, ou seja, no período, foram feitos mais resgates do que emissões. Em janeiro, esse resultado foi de R$ 1,668 bilhão negativo, decorrente de R$ 1,8 bilhão de vendas de títulos e R$ 3,4 bilhões de resgates. Em dezembro de 2017, esse resultado havia sido de R$ 42 milhões negativos. Em janeiro de 2017, R$ 268 milhões positivos, com mais vendas que resgates.
De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, o resultado se deve em parte ao grande número de vencimentos no mês, cujo valor chegou a R$ 2 bilhões. Além disso, há a possibilidade de investidores buscarem outros tipos de investimento. “Difícil fazer relação de um motivo ou outro”, diz. Ele ressalta que o programa tem mais caráter de educação financeira e nem tanto de financiamento da dívida pública, embora seja usado também para esse fim. Questionado sobre o impacto na dívida, ele diz que o resultado “não apresenta risco, nem alteração de estratégia” (ABr).