A inflação dos supermercados atingiu o menor valor desde 1994. |
Em época de crise, qualquer economia, por menor que seja, é sempre bem-vinda. E quando essa redução é nos preços dos produtos básicos do nosso dia a dia, como leite longa vida, feijão, açúcar, chocolate, frango e arroz, é ainda melhor. O ano de 2017 foi extremamente favorável para os consumidores do setor supermercadista, conforme apontou o Índice de Preços dos Supermercados, calculado pela Apas/Fipe. No acumulado de janeiro a dezembro de 2017, a inflação dos supermercados registrou queda de 2,30% e atingiu o menor valor desde o início de sua medição, em 1994. Anteriormente, a retração mais baixa registrada aconteceu no ano de 1998, quando o índice apontou redução de 2,26%.
“Este resultado surpreendente é decorrente de dois fatores que eram apontados ao longo dos meses em 2017. Um deles foi a safra recorde brasileira no último ano, que superou todos os prognósticos. Este resultado principalmente nos grãos fez também com que os rebanhos bovino, suíno e aves fossem beneficiados com melhores preços para a ração por exemplo, o que ajudou na redução no preço das carnes”, explicou o economista da Associação Paulista dos Supermercados (Apas), Thiago Berka, que ainda completou.
“É preciso compreender como o consumidor brasileiro vem se comportando na crise. Apesar dos dois anos de PIB negativo (2015 e 2016), foi em 2017 que o pico do desemprego ocorreu (14 milhões de pessoas no 1º trimestre). A redução do desemprego (com o resultado de 12%) foi alcançada apenas em novembro puxados pelo emprego informal, empregados domésticos e conta própria, sem resposta ainda do emprego com carteira assinada. Portanto o consumidor chegou em 2017 extremamente cauteloso, sem confiança e renda suficiente para gastar de forma a absorver a maior oferta no mercado alimentício”, concluiu (AI/Apas).