O consumo de máquinas e equipamentos puxou a alta de 1,6% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) na passagem do segundo para o terceiro trimestre, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas a construção também contribuiu positivamente no período.
O componente máquinas e equipamentos cresceu 5,0% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre do ano, enquanto a construção civil avançou 0,9%. O componente “outros” – que inclui desde touro reprodutor a árvores de café, passando por recursos dispensados com pesquisa e desenvolvimento – apresentou queda de 2,2%.
“A construção está ainda com uma ociosidade muito forte, tantos nos ramos de residência, comercial e industrial. Quando você retoma a produção, não é necessário investir em construção. Você precisa é fazer alguma modernização e manutenção de máquinas e equipamentos para aumentar a produtividade. O empresário opta por comprar uma máquina nova para ficar mais competitivo”, explicou José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.
No terceiro trimestre, a produção nacional de máquinas e equipamentos já descontadas as exportações cresceu 3,3% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre do ano. Já a importação de máquinas e equipamentos avançou 23,8% no período. “Quando o dado está muito ruim, muito baixo, qualquer importação já faz com que a variação dê um salto”, relativizou Souza Júnior.
O crescimento dos investimentos no terceiro trimestre ocorreu após quinze trimestres seguidos de recuos. O avanço de 1,6% em relação ao segundo trimestre de 2017 representou a primeira variação positiva desde o terceiro trimestre de 2013. Segundo o Ipea, há uma recuperação em curso, mas ainda calcada em máquinas e equipamentos. “Na construção com certeza ainda não há recuperação, a retomada é de máquinas e equipamentos”, afirmou o diretor do Ipea (AE).
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