O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou ontem (2), que são “essenciais” as reformas econômicas que estão sendo conduzidas pelo governo, a trabalhista, a tributária e a da Previdência.
No entanto, fez críticas ao atual desenho da proposta para a Previdência, que passou por algumas flexibilizações em relação ao texto original, para ganhar mais apoio entre os parlamentares.
“A reforma da Previdência está sendo colocada de forma equivocada”, disse o governador, em evento da Apas. A principal crítica de Alckmin diz respeito à retirada, do texto, dos servidores municipais e estaduais. Sem igualar as regras dos funcionários públicos às dos trabalhadores do setor privado, a reforma acaba preservando uma distorção do sistema que ele chamou de “Robin Hood às avessas”, onde “o trabalhador de baixa renda, através de impostos indiretos, paga altos salários do setor público”.
Com isso, Alckmin defende que a proposta não ataque somente aqueles vinculados ao INSS, mas que busque uma reforma que, ao atingir os servidores públicos, isso se dê nos três níveis – municipal, estadual e federal. Já em relação à reforma trabalhista, Alckmin fez elogios e disse que o Senado não pode regredir na proposta aprovada pela Câmara. Ele acredita que as mudanças poderão contribuir para uma menor judicialização dos conflitos trabalhistas. “O Brasil tem 2% dos empregos no mundo e 50% do litígio judicial trabalhista”, comparou.
Sobre a reforma tributária, ele a considerou necessária por classificar o sistema atual como um “pandemônio”. “As alíquotas são totalmente díspares”, afirmou, em referência ao ICMS cobrado para diferentes setores em diferentes Estados. “É preciso ter isonomia”, disse. Alckmin comentou também a recessão econômica e avaliou que “talvez não tenha sido tão bem divulgada a gravidade da crise que o País passou e está passando”. Para o governador, o foco tem de ser a volta do crescimento (AE).