O presidente Michel Temer usou seu discurso, na cerimônia de formatura dos novos diplomatas, para rebater críticas que a ex-presidente Dilma Rousseff tem feito ao governo em palestras no exterior. Dilma alega que foi vítima de um golpe para deixar o cargo. Sem citar a antecessora, que está em Washington, Temer destacou que a Constituição é cumprida, ao contrário do que se diz lá fora, como se o Brasil fosse “um paiseco”.
“É aí que a política externa tem papel a desempenhar nessa obra conjunta, que é recuperação do Brasil porque, muitas e muitas vezes, são levados ao exterior dados, fatos, informações que não coincidem com aquilo que está na Constituição e as pessoas lá fora imaginam que esse País é um paiseco, que vai fazendo coisas sem aparo legal, sem amparo e Constituição”, afirmou.
Na fala, Temer, ao se referir ao “conturbado cenário internacional”, disse que ele está “se esgarçando” “a olhos vistos” e que “nós vivemos, na verdade, tempos de incerteza e de instabilidade”. Na opinião dele, esses “focos de efervescência geopolítica não dão sinais de ceder”. O presidente deu um recado sobre a nova orientação da política internacional de seu governo, ao afirmar que os diplomatas têm de servir ao Brasil “acima de partidos e ideologia” e que os trabalhos serão conduzidos não por ideologia, “mas pelo interesse do País”.
Para ele, é preciso “garantir lugar do Brasil no mundo em mutação”. O presidente defendeu um “ativismo lúcido que não se deixa intimidar” e declarou que trabalha pela reativação do Mercosul e pela aproximação com a Aliança com o Pacífico. “Precisamos de união”, disse Temer, que falou que está também impulsionando as negociações econômicas entre o bloco da América do Sul e União Europeia como forma de inaugurar “novas frentes” de negócios.
Temer voltou a criticar os governos petistas, mais uma vez sem citá-los, ao advertir que “avanços” econômicos tinham sido “colocados em xeque”. “Depois do Plano Real, já não se toleram flertes com a inflação”, avisou ele, ao salientar que o País “está voltando ao rumo” e que está “reconstruindo o caminho do desenvolvimento, com harmonia” (AE).
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