Presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. |
São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou ontem (19), que o Brasil está agora menos vulnerável a choques externos. “O cenário externo incerto coincide com um período de estabilização econômica e melhoria dos fundamentos da economia brasileira”, disse, em palestra feita por videoconferência, para evento do MIT Sloan School of Management, dos Estados Unidos.
Ele lembrou que desde 2011 o Brasil sofreu retrocesso comparável a um choque de oferta, “que produziu a recessão mais grave de sua história com alta inflação”. Destacou, no entanto, que hoje o balanço de pagamentos se encontra em situação mais confortável, citando que em fevereiro o déficit em conta corrente atingiu 1,2% do PIB em 12 meses, enquanto o investimento direto ficou em 4,6% em relação ao PIB, quatro vezes o nível do déficit.
O presidente do BC também ressaltou que o estoque de reservas internacionais supera US$ 375 bilhões, ou cerca de 20% do PIB, “o que funciona como um seguro em períodos de turbulência”. Além disso, pontuou que o estoque de swaps cambiais caiu US$ 108 bilhões para um nível atual de US$ 18 bilhões, “alcançando uma posição mais confortável”, e que o risco medido pelo CDS recuou de 500 pontos, no início de 2016, para cerca de 220 pontos.
Goldfajn declarou ainda que a queda observada no risco Brasil, medido pelo CDS, é resultado da agenda de reformas na qual o País embarcou, citando a PEC do teto dos gastos e as reformas trabalhista, da Previdência, do ensino médio, em andamento. Para ele, os esforços do BC e do governo têm sido efetivos para contar a inflação e ancorar as expectativas, citando que o IPCA acumulado em 12 meses recuou de 10,7% em dezembro de 2015 para 4,6% em março de 2017 (AE).