O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ontem (22) que os problemas identificados na Operação Carne Fraca são questões “localizadas” e “pontuais” de desvio de conduta de servidores.
Maggi defendeu o sistema e controle de qualidade da carne brasileira e disse que com o episódio a imagem do país ficou “arranhada” e “abalada”, impactando nas vendas para o mercado externo. A média diária de exportação brasileira de carnes é de US$ 63 milhões e na terça-feira (21), ficou em US$ 74 mil. Ele estimou que o Brasil poderá ter um prejuízo de até US$1,5 bilhão por ano com os desdobramentos da Operação Carne Fraca.
“Os prejuízos que vamos ter serão muito grandes”. A grosso modo, o Brasil terá uma oscilação de mercado de aproximadamente 10% “num volume de US$ 15 bilhões que exportamos por ano nessas carnes. Vamos ver aí R$ 1 bilhão, R$ 1,5 bilhão de prejuízo por ano”. O ministro participou na tarde de ontem de audiência pública conjunta das comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Assuntos Econômicos do Senado. Aos senadores, o ministro disse que os problemas identificados na operação não são predominantemente de qualidade da carne, mas sim problemas relacionados à corrupção e desvios de conduta.
“Quero defender o sistema brasileiro de controle, o sistema que atesta esses produtos. Não tenho dúvida nenhuma em afirmar que esse problema que aconteceu é localizado, pontual, um problema de desvio de conduta dos servidores”, disse. Blairo disse que foi pego de surpresa com a forma que a operação foi divulgada e que a narrativa feita trouxe problemas à credibilidade da carne brasileira. “Em nenhum momento questionamos a ação da PF de investigar os fatos que foram a ela denunciados. Quero deixar claro que não podemos fazer a defesa daqueles que fizeram coisa errada, mas, da forma como ela foi conduzida e apresentada à população brasileira é que digo que fomos pegos de surpresa. Anos e anos trabalhando para chegar a uma credibilidade nacional e mundial e a narrativa que foi feita nos trouxe esse problema”, disse (ABr).