Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fez vistoria no Frigorífico Seara, do grupo JBS, no município de Lapa, no Paraná. |
Lapa (PR) – A quantidade de fiscais do Ministério da Agricultura está aquém das necessidades, disse ontem 21, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. O ideal, comentou, seria a realização de um concurso público. Porém, o País não tem condições de fazer isso nesse momento. Por isso, o ministério abriu a possibilidade de remoção voluntária de funcionários. Depois, fará a remoção de ofício (não opcional) para reforçar a fiscalização onde é necessário.
Ele deu essas explicações ao concluir visita à planta da Seara, do grupo JBS, a 70 km de Curitiba. A unidade é a única entre os 21 estabelecimentos alvos da Operação Carne Fraca a exportar frango para a China. Os embarques totalizaram 60.000 toneladas no ano passado. Há outras 57 plantas no Brasil autorizadas a remeter frango para o mercado chinês, e essas não estão sob investigação. Porém, preventivamente, a China suspendeu o desembaraço (saída do porto) de todas as remessas do produto brasileiro.
O secretário de Defesa Agropecuária, Luís Eduardo Rangel, explicou que o problema revelado pelas investigações da PF na planta foi que os três fiscais do ministério que atuavam diretamente na fábrica assinavam certificados de conformidade dos produtos sem sequer vê-los. Isso, disse ele, é um problema sério, pois lançou dúvida sobre todo o processo de fiscalização da carne exportada. Do ponto de vista sanitário, explicou Rangel, o monitoramento regular do ministério e uma primeira vistoria nos papéis não detectou nenhum problema no controle de qualidade dos produtos da fábrica visitadaontem. Mas a planta ainda passa por uma auditoria mais rigorosa, um “pente-fino”, a ser concluída nos próximos dias (AE).