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“Valor do caixa 2 em campanha eleitoral surpreendeu TSE”

em Manchete Principal
segunda-feira, 06 de março de 2017
Mendes classificou como “seletivos” os vazamentos dos acordos de delação premiada de investigados na Operação Lava Jato.

Mendes classificou como “seletivos” os vazamentos dos acordos de delação premiada de investigados na Operação Lava Jato.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, declarou ontem (6) que todo o TSE ficou surpreso com o volume de caixa 2 na última campanha eleitoral à Presidência, mesmo diante do alto montante gasto oficialmente, tanto pela chapa da candidata Dilma Rousseff, quanto pela do candidato de oposição, Aécio Neves.
“Agora, estamos vendo o significativo percentual que foi doado por caixa 2, de maneira informal”, disse. Mendes foi um dos palestrantes do Fórum Reforma Brasil, promovido pela Associação Comercial de São Paulo, Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e Instituto Panthéon Jurídico, na capital paulista.
Para as eleições presidenciais de 2018, o presidente do TSE defendeu que o Congresso consiga elaborar uma estrutura para regular o tema, que precisa entrar na agenda de votações até setembro. “Estamos num vazio. Corremos o risco de termos um quadro, talvez, de anomia [ausência de regras e normas], de falta de controle”, disse. Mendes classificou como “seletivos” os vazamentos dos acordos de delação premiada de investigados na Operação Lava Jato. “O vazamento não é bom, provoca instabilidade e tem também objetivo de atingir determinadas pessoas. É seletivo e causa todos os problemas”, declarou.
Ele não comentou sobre a nova lista da Lava Jato a ser divulgada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Vamos aguardar as medidas que a procuradoria vai tomar, certamente na semana que vem ou daqui a pouco. O relator vai deliberar sobre o levantamento do sigilo, e, certamente, poderemos saber mais [sobre] as informações autênticas dadas nessas delações”, disse.
O depoimento do empresário Marcelo Odebrecht ao ministro do TSE Herman Benjamin, na quarta-feira (1), sobre caixa 2, foi feito sob regime sigiloso e a portas fechadas. Após o depoimento, a assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff divulgou nota na qual afirma que todas as doações a suas campanhas foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo TSE (ABr).