Deputados próximos ao presidente Michel Temer acreditam que ele fará um “acordo” com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, para que ela redistribua os processos da Operação Lava Jato que eram relatados pelo ministro Teori Zavascki e, assim, possa escolher “com calma” o substituto do ministro.
Parlamentares que têm ligação com Temer dizem acreditar que ele vai preferir esse caminho na tentativa de diminuir a “pressão” da sociedade e de políticos aliados para nomeação do substituto de Teori. Esses deputados avaliam também que “dificilmente” o presidente vai escolher um amigo para o posto já que o nome escolhido ficaria “carimbado para o resto da vida”.
As normas do Supremo abrem algumas possibilidades para a sucessão de Teori na relatoria da Lava Jato. O regimento interno da Corte diz que, em caso de morte, o relator é substituído pelo próximo nomeado para o cargo. A escolha cabe ao presidente da República, que não tem prazo para uma definição. O provável, porém, é que o Supremo tente uma solução provisória para que um ministro assuma os casos mais urgentes até a nomeação de um substituto.
Entre eles está a homologação das 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. A expectativa era de que Teori fizesse isso na primeira semana de fevereiro. Uma equipe de juízes designados por ele já estava desde dezembro analisando o material, com 900 depoimentos. Cármen Lúcia poderá ainda determinar a redistribuição de processos, caso a relatoria fique vaga por mais de 30 dias (AE).