O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a rebaixar a projeção de crescimento para o Brasil e agora espera expansão de apenas 0,2% este ano, de acordo com relatório divulgado ontem (16). Para 2018, o Fundo manteve a previsão de crescimento do PIB em 1,5%. Em 2017, a expansão do Brasil será a menor entre os principais países do mundo, e ainda vai ficar bem abaixo da média de crescimento da economia mundial (3,4%), dos emergentes (4,5%) e da América Latina (1,2%). Em 2018, o Brasil deve seguir com desempenho abaixo da média destes três grupos.
O FMI relatava que a atividade na economia brasileira no segundo semestre de 2016 acabou ficando mais fraca que o esperado. A previsão é que o PIB do país tenha retração de 3,5% no ano passado, também um dos piores desempenhos do mundo. As previsões do FMI para o Brasil estão mais baixas que dos analistas do mercado financeiro. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda veio com previsão de expansão de 0,5% este ano e de 2,20% em 2018.
O Fundo vinha constantemente rebaixando as projeções para o PIB do Brasil a cada período desde 2012. No ano passado, com a chegada do presidente Michel Temer no Planalto, o Fundo chegou a melhorar o cenário para o Brasil, prevendo a volta do crescimento. Este movimento, porém, de acordo com o relatório, tem sido mais lento que o esperado e com isso as estimativas voltaram a ter cortes agora.
A Standard & Poor’s, no entanto, estima que o Brasil crescerá 0,93% este ano, com o ritmo de expansão se acelerando para 2,00% em 2018 e 2,30% em 2019. Segundo a agência, a economia brasileira deve se estabilizar este ano. “A nova administração do presidente Michel Temer foi capaz de aprovar uma emenda constitucional no fim de 2016 que limita o crescimento dos gastos do governo, um passo significativo em direção a controlar e eventualmente corrigir uma deterioração substancial nas finanças soberanas”, diz a S&P em relatório sobre as tendências para a América Latina este ano.
A agência lembra que o governo também apresentou uma ousada proposta de reforma da Previdência, que é essencial para combater o déficit público.
A última vez que a agência alterou o rating do Brasil foi em fevereiro de 2016, quando cortou a nota do País para BB, com perspectiva negativa.
Em novembro último, a diretora de ratings soberanos Lisa Schineller comentou em evento no Rio que um retorno do País para o grau de investimento até 2018 era “improvável”. “Realisticamente é muito difícil pensar que o País poderia recuperar (o grau de investimento) antes das próximas eleições”, afirmou na ocasião (AE).
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