Temer sanciona lei que torna vaquejada manifestação e patrimônio culturalO presidente Michel Temer sancionou sem vetos a lei que eleva rodeios, vaquejadas e outras expressões artístico-culturais à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial Em julgamento feito em 6 de outubro, o STF considerou inconstitucional uma lei cearense que regulamentava eventos desse tipo. Desde então, a proposta que visava à sua legalização ganhou força no Congresso e foi aprovada no mesmo dia (1º de novembro) tanto na Comissão de Educação, Cultura e Esporte quanto no plenário do Senado. A vaquejada é uma atividade competitiva bastante praticada no Nordeste brasileiro, na qual os vaqueiros têm como objetivo derrubar o boi, puxando-o pelo rabo. As pessoas contrárias à atividade argumentam ser comum o tratamento cruel de animais. Com a sanção presidencial publicada no Diário Oficial da União de ontem (30), a prática passa a ter respaldo legal. Na defesa que fez de seu relatório aprovado em novembro, o senador Roberto Muniz (PP/BA) argumentou existirem ações de aperfeiçoamento da atividade para proteção do animal. Segundo ele, é preciso discutir formas de cuidar bem dos animais sem que seja necessário negar a prática de manifestações culturais, e que a proibição da vaquejada representa “desprezo do que é a cultura nordestina”, em especial a cultura do interior do país. Com a sanção da lei, além da vaquejada passam também a ser considerados patrimônio cultural imaterial do Brasil o rodeio e as expressões culturais decorrentes dela – caso de montarias, provas de laço, apartação, bulldog, paleteadas, Team Penning e Work Penning, e provas como as de rédeas, dos Três Tambores e Queima do Alho. Também se enquadram como patrimônio cultural imaterial os concursos de berrante, apresentações folclóricas e de músicas de raiz. Wildemberg Sales foi um dos organizadores do Movimento Vaquejada Legal no Distrito Federal, evento feito em outubro contrário à decisão do STF. Segundo ele, cerca de 700 mil famílias vivem de forma direta ou indireta da vaquejada em todo o país. Ele também alega não haver agressão aos animais durante os espetáculos e que essas suspeitas decorrem, em parte, do fato de a vaquejada ser confundida com outras atividades, como é o caso da farra do boi (ABr). |
Brasil tem 827 mil vivendo com HIV; 112 mil não sabemDados divulgados ontem (30) pelo Ministério da Saúde revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV/aids no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectados. Do total de pessoas soropositivas identificadas no país, 372 mil ainda não estão em tratamento, apesar de 260 mil delas já saberem que estão infectadas. Transmissão de mãe para filho – De acordo com o boletim, a taxa de detecção da aids em menores de 5 anos caiu 36% nos últimos seis anos, passando de 3,9 casos para cada 100 mil habitantes em 2010 para uma taxa de 2,5 casos em 2015. A taxa em crianças nessa faixa etária é usada como indicador para monitoramento da transmissão vertical do HIV (transmissão de mãe para filho durante a gestação ou no momento do parto). Epidemia estabilizada – Segundo a pasta, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos para cada 100 mil habitantes. Ainda assim, o número representa cerca de 41,1 mil novos casos ao ano. Queda na mortalidade – Os números mostram também uma queda de 42,3% na mortalidade provocada pelo HIV/aids no Brasil nos últimos 20 anos. A taxa caiu de 9,7 óbitos para cada 100 mil habitantes em 1995 para 5,6 óbitos em cada 100 mil habitantes em 2015. Metas – A cobertura do diagnóstico de HIV/aids no país passou de 80% em 2012 para 87% em 2015, o equivalente a 715 mil pessoas. A meta é chegar a 90% até 2020. Os maiores incrementos, de acordo com os dados, foram observados na meta relacionada ao tratamento, que passou de 44% em 2012 para 64% em 2015. O número representa 455 mil pessoas. Na meta referente à redução da carga viral, o país passou de 75% em 2012 para 90% em 2015, o equivalente a 410 mil pessoas (ABr). Havia 10 sobreviventes em avião da ChapeEm entrevista à “Blu Rádio”, Juan Diego Gómez, um dos bombeiros que trabalhou no resgate das vítimas da queda do avião que levava a Chapecoense para a Colômbia, informou que mais pessoas haviam sobrevivido à queda – mas não resistiram aos ferimentos. Segundo Gómez, 10 pessoas foram socorridas, mas apenas sete conseguiram ser levadas para hospitais da região. Uma dessas pessoas, era um membro da comissão técnica, que não teve o nome revelado, e o piloto, Miguel Luis Quiroga. “Eu pude resgatar Miguel Luis, mas ele logo faleceu”, contou o bombeiro. Das sete pessoas salvas dos impacto, seis ainda estão hospitalizadas. O goleiro Danilo chegou a ficar algumas horas no centro médico, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. O resgatista ainda informou que um menino de “cerca de 15 anos que nos guiou” até o lugar do acidente e que um jovem ajudou nos resgates. “Quando chegamos, o menino não estava e quando começamos a resgatar os corpos, ele apareceu”, disse Gómez. Agora, a imprensa local tenta saber quem era o menino que ajudou os socorristas (ANSA). Atletas da Chape que sobreviveram à tragédiaOs três jogadores resgatados com vida dos escombros do avião que levava a equipe da Chapecoense tem perfis com carreiras bem diferentes. Eles foram os únicos jogadores do time que sobreviveram à tragédia e que agora lutam por suas vidas em hospitais colombianos. O lateral Alan Ruschel, 27 anos, que teve lesões na coluna e no abdômen, é natural de Nova Hartz, no Rio Grande do Sul e fez carreira pelo Internacional e pelo Juventude. Depois de um empréstimo para o Atlético Paranaense, ele chegou à Chapecoense há três anos para jogar a Série B. Já o goleiro reserva da equipe, Jackson Follmann, de 24 anos, teve uma das pernas amputadas no acidente. Também gaúcho, de Alecrim, ele iniciou a carreira em 2011 pelo Juventude e chegou à Chape em 2016. O mais velho e o último a ser resgatado, o zagueiro Hélio Hermito Zampier Neto, 31, é carioca e já rodou por diversos times do Brasil. Entre os maiores destaques, estão as suas passagens pelo Guarani, Metropolitano, Santos e Chapecoense, onde foi contratado em 2015. Segundo informações da imprensa local, ele foi o resgatado em situação mais crítica, com lesões cranianas e fraturas expostas nas pernas (ANSA). | Torino diz ‘sim’ a amistoso com ChapecoenseO presidente do Torino, Urbano Cairo, se disse pronto a organizar um amistoso beneficente com a Chapecoense. A ideia foi lançada pelo site brasileiro “Quattro Tratti”, especializado em futebol italiano, e recebeu uma acolhida positiva do cartola. “É só falar onde”, declarou Cairo ao jornal “Corriere dello Sport”. Assim como a Chape, o Toro foi devastado por um acidente de avião, a tragédia de Superga. Em 4 de maio de 1949, o avião que levava os jogadores do clube grená se chocou contra a Basílica de Superga, em Turim, matando todas as 31 pessoas a bordo. Apelidada de “Grande Torino”, aquela equipe conquistou cinco títulos nacionais na década de 1940 (1943, 46, 47, 48 e 49) e era a base da seleção italiana. Após o acidente com o avião da Chapecoense, o Torino divulgou uma mensagem dizendo que os dois clubes estão “indissoluvelmente ligados” pelo mesmo destino. Além disso, os atletas do time de Turim jogaram a partida contra o Pisa pela Copa da Itália, na última terça-feira (29), com uma faixa preta no braço em homenagem à equipe catarinense (ANSA). Velório coletivo será na Arena Condá, em ChapecóA Prefeitura Municipal de Chapecó confirmou ontem (30) que o velório das vítimas do acidente aéreo na Colômbia será realizado na Arena Condá, estádio da Chapecoense. O dia e o horário da cerimônia ainda não está definido, já que depende da liberação dos corpos e do transporte ao Brasil. A chegada dos corpos no município do oeste catarinense está prevista para amanhã (2). Autoridades estiveram no estádio da Chapecoense para avaliar o espaço físico e planejar o velório coletivo. A cerimônia deverá reunir dezenas de milhares de pessoas que irão se despedir das vítimas, especialmente dos integrantes da delegação do clube alviverde. A Arena Condá se transformou no ponto de reunião de torcedores, funcionários, jogadores e parentes das vítimas. Algumas pessoas armaram barracas e passaram a noite no estádio. O acesso principal para as arquibancadas ganhou uma espécie de memorial improvisado, onde foram colocados cartazes, fotos e flores para a equipe que morreu no acidente. A auxiliar de cozinha Eliana de Toni levou as duas filhas para acompanhar a vigília no estádio. Após prestar homenagens no memorial improvisado, ela ressaltou que toda a equipe da Chapecoense tinha uma relação muito próxima com a cidade. “Eles eram pessoas muito simples, muito humildes. A gente encontrava em padarias, mercados, barzinhos, restaurantes. Eles vinham e conversavam, tiravam fotos. Nunca deixaram esse sucesso subir à cabeça”, lembrou a torcedora. O lateral Cláudio Winck não havia sido escalado para a partida na Colômbia e, por isso, não estava no avião. Ontem de manhã, ele caminhou no gramado do estádio e conversou com amigos e torcedores. “Agora não tem como pensar em futebol, o momento é de mobilização para ajudar os familiares das vítimas”, afirmou o atleta (ABr). |