Rio – O desempenho positivo da fabricação de bens de capital é um alento dentro das más notícias trazidas pela indústria em agosto. No entanto, a melhora que a categoria de uso vem mostrando nos últimos meses pode ter limite caso não seja acompanhada por uma recuperação da demanda doméstica, avaliou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
A produção de bens de capital avançou 0,4% em agosto ante julho. Na comparação com agosto de 2015, a alta foi de 5,0%, interrompendo uma sequência de 29 meses de quedas. No entanto, Macedo observa que o resultado se dá sobre uma base de comparação muito baixa: em agosto de 2015 ante o mesmo mês de 2014, o recuo tinha sido de 32,7%.
“A gente não pode tirar do contexto dessa análise uma base de comparação muito baixa para bens de capital. E ainda adiciona a essa análise o efeito calendário: agosto desse ano teve dois dias úteis a mais que agosto do ano passado”, ponderou o gerente do IBGE.
Segundo ele, os resultados para a categoria de uso são positivos em 2016, sob influência da melhora no humor de empresários mostrada por sondagens de confiança e pela redução de incertezas na economia.
“Olhando isoladamente 2016, bens de capital têm comportamento diferente e traz certo alento”, reconheceu. O índice de difusão dos bens de capital alcançou 53% em agosto, o que significa que mais da metade dos produtos investigados registraram aumento na produção. Porém, a fabricação da categoria de uso ainda está 41,6% abaixo do pico registrado em setembro de 2013.
Para o total da indústria, o índice de difusão alcançou 48,0% em agosto, o mais alto desde fevereiro de 2014. “Tem o efeito calendário e mesmo assim significa que ainda tenho maior número de produtos em queda na produção do que em crescimento”, ressaltou Macedo. A pesquisa do IBGE investiga a produção de 805 itens para o total da indústria (AE).
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