O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou ontem (5) que a meta fiscal estimada pelo governo para o ano que vem será divulgada até amanhã (7).
Meirelles particiou de reunião sobre os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro na Casa Civil. “Hoje não”, respondeu Meirelles ao ser questionado por jornalistas sobre a aguardada divulgação da meta de 2017, que deve revelar se o governo interino pretende aumentar ou criar impostos para reduzir o déficit. Ao sair da reunião, ele afirmou: “Certamente devemos anunciar até amanhã os cálculos todos”.
O Governo Central (Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central) fechou 2015 com o maior déficit primário da história, de quase R$ 115 bilhões, ou 1,94% do PIB. Este ano, a equipe econômica da presidenta afastada Dilma Rousseff pretendia reduzir esse déficit para R$ 96 bilhões.
Em uma de suas primeiras medidas ao assumir a Presidência, contudo, Michel Temer conseguiu a aprovação pelo Congresso de um déficit fiscal ainda maior, de R$ 170,5 bilhões. A expectativa é que no ano que vem o Brasil consiga reduzir esse número.
“Vamos divulgar a meta menor possível, porém a realista e crível”, afirmou Meirelles. Ao ser questionado se o governo interino trabalha com a hipótese de aumentar ou criar impostos, o ministro respondeu: “Estamos considerando”. Para o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, repetir os R$ 170 bilhões deste ano seria um sinal positivo o suficiente para o mercado, embora a equipe econômica defenda algo em torno de R$ 150 bilhões.
Meirelles negou desentendimentos internos. “Não ha uma divergência, o que existe foi simplesmente a manifestação legítima de uma opinião do ministro Padilha sobre a meta”. Michel Temer dará a palavra final sobre a cifra, que não é consenso entre a equipe econômica do governo interino, com quem ele esteve reunido (ABr).