Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)
Uma boa reconstituição da vida difícil, principalmente das mulheres no apertado século 19, gerador das guerras mundiais, é mostrada no filme As Sufragistas
Nele, as mulheres eram tratadas de forma brutal, mas a realidade foi muito pior, pois não havia direitos, e a grande miséria as deixava em condição submissa para serem abusadas pelos homens que as controlavam no trabalho. Finalmente, após lutas ferrenhas, as mulheres conseguiram a conquista do voto, mas a vida em geral não mudou muito. Hoje, as pessoas continuam sendo tratadas como se nada valessem.
Como mães, as mulheres têm o poder de determinar o futuro através das almas que elas atraem, gerando seres humanos de qualidade, voltados para o bem. Atualmente, habitam o planeta muitas pessoas de baixo valor, políticos de baixa qualidade que azucrinam a vida das populações, em vez de cumprirem o seu dever de zelarem pelo progresso, pelo respeito e consideração que todo ser humano é merecedor.
Com a globalização, muitas coisas mudaram. A questão das flutuações cambiais, que num toque desorganizam tudo de forma artificial, vem criando problemas já há algum tempo, prejudicando os mais fracos. Os economistas certamente saberiam encontrar solução, mas os interesses particulares e os movimentos especulativos impedem um ordenamento sadio, e assim houve grande massa de liquidez especulativa que alterou a finalidade do sistema: atender as necessidades humanas e gerar lucros.
Agora, com tantos problemas, torna-se necessário que os especialistas busquem novas soluções capazes de colocar no seu devido lugar tanto as corporações e empresas de menor porte, como os Estados perdulários. É preciso controlar os gastos e acabar com os desvios que se verificam em tudo que o governo compra e contrata. O Brasil sempre padeceu de falta de dinheiro em circulação; sempre fomos o país de salários aviltados, indignos e sem a contrapartida de produtos básicos de boa qualidade e preços acessíveis.
Falta de adequado preparo da população, falta de dinheiro em circulação, há manipulação do câmbio, escassez de produtos, e os maiores juros do mundo. Há um grande atraso na implantação do saneamento, tudo compondo a receita para nada dar certo. Estamos com sete milhões de estudantes nas redes estaduais; fracassando no preparo deles, não teremos bom futuro. Além de formar bons cidadãos, necessitamos formar seres humanos fortes, com discernimento intuitivo, aptos e dispostos a construir um mundo melhor com liberdade, paz e progresso. Somente com essa forte motivação de melhorar é que conseguiremos avançar.
No tempo do escritor Machado de Assis (1839-1908) havia os discutidores de bonde que conversavam sobre o que se passava ao redor; ainda havia algum discernimento intuitivo e busca de melhor futuro. Mesmo assim, pouco se sabia do significado da vida. Hoje, sabe-se menos ainda. A capacidade de discutir, observar, analisar foi sendo perdida.
Nada mais do que consumidores, foi no que os seres humanos se transformaram, desde que as teorias se afastaram da terra e da natureza, prevalecendo os interesses mesquinhos do homem que não se ocupou seriamente em compreender o significado da vida. Além da sucessão de erros incompreensíveis, o pessimismo se espalha pelo mundo, afetando das maiores às menores questões.
Falta-nos um plano de trabalho tendente a resolver os problemas elementares como transporte público, moradias, educação e saúde. A desesperança aumenta diante de grandes transformações em andamento na Europa e China, e no agravamento das tensões no Oriente. No entanto, tem gente ganhando dinheiro grosso, enquanto a miséria se expande. E agora, como saímos dessa situação paralisante?
O mundo precisa de uma nova revolução das mulheres em defesa da ética, da moral e da espiritualidade para a construção de um futuro digno, com paz e progresso.
(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.libra ry.com.br). Autor de: Conversando com o homem sábio; Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano; e O Homem Sábio e os Jovens ([email protected]).