Hoje gostaria de propor um exercício dentro das empresas: o jogo de frescobol. Você se lembra dele? Aquele praticado nas praias com raquetes de madeira e bolinhas de borracha, geralmente jogado perto do mar
Sidnei Batista É diretor da Távola do Saber, Facilitador em programas de desenvolvimento humano e organizacional, Coach formado pela Academia de Coaching Integrativo, Palestrante e Professor de Pós Graduação.. Pós-graduado em Energias Renováveis pela USP, com mais de 5 anos em projetos |
Antes que você me ache louco ou sem noção, preciso esclarecer que estou me referindo a um exercício metafórico, ou seja, o jogo de frescobol como metáfora dos diálogos dentro das empresas.
No jogo de frescobol temos dois participantes (embora possam ser três ou quatro) rebatendo uma bolinha entre suas raquetes. A intenção do jogo é sustentar a bolinha indo e vindo, o que significa que a vitória não é sobre o outro jogador mas sobre o desafio do jogo em si.
Cada jogador bate com determinada força e em determinada direção para permitir que o outro rebata. Não se trata de facilitar tornando o jogo medíocre ou sem graça – nenhum participante de frescobol que se preze o faria. Trata-se de colocar o grau adequado de dificuldade tanto na força quanto na direção para que o jogo fique motivante, incentivador do desenvolvimento de novas competências, mas possível de ser sustentado na linha do tempo. Caso contrário, o jogo acaba.
Daí surge a metáfora dos diálogos dentro das empresas. Como estão ocorrendo? A “força” e a “direção” são adequadas para sustentar diálogos motivantes e incentivadores do desenvolvimento de novas competências na linha do tempo? Ou, ao contrário, são inadequadas e tornam os diálogos desmotivantes, bloqueadores do desenvolvimento e insustentáveis? Se for o caso, então são apenas conversas cotidianas.
Entre conversas cotidianas e diálogos há diferenças consideráveis. Em qualquer empresa as pessoas conversam, mas em poucas empresas as pessoas dialogam. Diálogos são muito mais do que conversas. Essas muitas vezes não passam da simples troca de informações, do falar com alguém – o que inclui fofocas e bate-bocas. Diálogos, por sua vez, são momentos de contato, de vínculo real nos quais existe interação de ideias e emoções que transitam do emissor ao receptor. Nos diálogos o conhecimento se amplia pela participação de duas ou mais pessoas, enquanto nas conversas sequer há foco no conhecimento.
O curioso é que muitas pessoas confundem diálogos com conversas cotidianas. Acreditam que suas conversas são diálogos porque não entendem que diálogos demandam um nível de atenção e respeito diferenciado. Atenção para captar e processar as ideias e emoções do outro, respeito para lembrar que o outro é uma versão diferente e possível de ser humano – portanto, um “outro eu” merecedor do mesmo respeito que desejo para mim.
Empresas (e demais instituições onde pessoas convivem e trabalham) seriam muito melhores se fossem espaços de diálogo com atenção e respeito marcando presença enquanto pessoas expressam ideias e emoções, sentem-se motivadas e incentivadas ao desenvolvimento de novas competências na linha do tempo.
É isso que um jogo de frescobol nos possibilita e ensina. Então… vamos jogar frescobol nas empresas?
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