O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que não lamenta ter aceitado o convite da presidente Dilma Rousseff para ser ministro. “Não é ruim trabalhar para seu país quando você tem um objetivo claro, que é preparar uma economia para passar pelos ajustes e para o caminho do crescimento”, disse, ao ser questionado por um jornalista se ele se arrepende de ter ido para Brasília. O ministro fez as declarações em evento durante a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Lima.
Em outro momento, Levy foi questionado se o Brasil está preparado para enfrentar uma eventual fuga de capital por conta de mudanças que ocorrem na economia mundial. Ele disse que não espera ver fuga de recursos do País neste momento. “Não há razões para saída maior de capital do Brasil neste momento”, afirmou, destacando que o Brasil passa por um reequilíbrio. “Se permitirem o ajuste, a economia vai se ajustar”, disse.
Levy também afirmou que o Brasil e os emergentes estão melhor preparados para lidar com os desafios que as mudanças na China e a elevação dos juros nos Estados Unidos devem trazer para a economia mundial. “As mudanças na China são importantes, mas quando você olha em muitos mercados emergentes, em particular na América Latina, a força da economia está muito diferente agora do que era há 15 anos”, disse. O ministro afirmou ainda que muitos países emergentes não têm bolhas de ativos, problemas financeiros ou alavancagem financeira excessiva. “Isso nos dá uma condição de lidar com o novo ambiente.”
Levy reconheceu que a baixa confiança dos agentes tem tido impacto no PIB brasileiro, com as pessoas adiando decisões. “O Brasil é uma economia ampla e tem muita flexibilidade para responder às mudanças”, disse ele, destacando que a desvalorização do real tem permitido que o setor industrial se recupere.
“Todo mundo que tem um choque real está em recessão”, disse Levy, ao ser questionando pelo moderador do evento, o apresentador da CNN, Richard Quest, por que o Brasil está com a economia em forte contração neste momento. “Muitos de nós agora temos colchões em termos de reservas internacionais que podem ser amortecedores como não tínhamos antes”, disse o ministro.
O Brasil e outros emergentes, de acordo com Levy, têm procurado avançar na agenda de investimentos estruturais. Ele mencionou que o dinheiro para financiar estes projetos deve vir especialmente do setor privado (AE).
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