O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fez duras críticas ao seu partido por continuar a compor o governo da presidente da República, Dilma Rousseff.
O PDT ocupava o Ministério do Trabalho, mas foi convidado para comandar o Ministério das Comunicações, com o deputado André Figueiredo, do PDT do Ceará. O movimento, diz o senador, se dá semanas depois de a bancada da Câmara anunciar formalmente o rompimento e a saída da base do governo. “O PDT vai mergulhar em um abismo, de um governo que se exauriu, em troca de um ministério”, lamentou.
Na opinião do senador, manter o apoio a Dilma em troca de “um ministério de porteira fechada” se chama “negociata” e deveria envergonhar o partido. Ele diz não entender por que a legenda ajuda a sustentar um governo que convive com a corrupção, que quebrou a estabilidade monetária conquistada a duras penas e jogou o país de volta no cenário da inflação, do desemprego e da recessão. E mais, para Cristovam, o governo zomba da população ao assumir o lema “Pátria Educadora” e, após ganhar a eleição, mudar de ministro constantemente, cortar recursos e acabar com programas importantes.
O PDT, avaliou o senador, poderia ser porta-voz de uma alternativa para o país, indo buscar inspiração em expoentes do trabalhismo, como Darcy Ribeiro (1922-1997) e Leonel Brizola (1922-2004). Mas prefere unir-se a um “governo exaurido que quebrou, massacrou e roubou a Petrobras”, tudo em nome de um ministério. “Não há justificativa histórica para isso”, declarou Cristovam (Ag.Senado).