O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, preso ontem (2) na décima quinta fase da Operação Lava Jato, recebeu valores indevidos em operações na estatal como o aluguel de navios-sonda e fez remessas de dinheiro para a China e transferência de recursos entre a Suíça e Mônaco após o início da Lava Jato.
As informações foram divulgadas pelo Ministério Público, em entrevista na Superintendência da PF, em Curitiba.
“Temos valores e temos indicativos fortes de que havia problema na área de sonda da Petrobras. E movimentação [de recursos] no exterior posterior ao início da Lava Jato com remessas bancárias para a China, o que indica uma continuidade do crime de lavagem de dinheiro que motivou principalmente a prisão”, disse o procurador Carlos Fernando Santos Lima. Segundo ele, também houve transferência de dinheiro da Suíça para Mônaco, o que indicaria o interesse de ocultar valores.
De acordo com o procurador, estima-se 11 milhões de euros tenham sido transferidos entre países europeus. Ele disse que esse volume de recursos é incompatível com a renda do ex-diretor. Zelada foi citado por delatores presos nas fases anteriores da operação como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Também foram apreendidos documentos na casa de Zelada e na residência da ex-mulher dele (ABr).