Aqueles que acompanharam as recentes aparições de Mark Zuckerberg na mídia puderam observar que o mesmo, chefe de uma das empresas de tecnologia mais poderosas do mundo, empreendedor capaz de aproveitar inovações e oportunidades, usava um relógio de pulso mecânico.
Vivaldo José Breternitz (*)
Não era um simples relógio, mas sim um Greubel Forsey, que custa cerca de 900 mil euros. Esse fato fez com que a imprensa passasse a observar quais os relógios usados pelos chefões do Vale do Silício, obtendo algumas informações interessantes: Tim Cook, CEO da Apple, usa um smartwatch Apple; Bill Gates, fundador da Microsoft, usa um Casio de 60 dólares.
Outros, são um pouco menos modestos: Jeff Bezos, da Amazon, usa um Omega de dez mil euros; Larry Ellison, fundador da Oracle, um Richard Mille de 2 milhões. Jack Dorsey, fundador do Twitter, frequentemente fotografado com camisetas desgastadas e bonés surrados, usa um Cartier de 150 mil euros.
Elon Musk, chefe da Tesla, SpaceX e X, possui uma coleção de relógios, incluindo alguns das marcas Richard Mille, Omega e Rolex; ao que parece, nunca usa smartwatches. Jensen Huang, CEO da Nvidia, simplesmente não usa relógio.
Curiosamente, esse fenômeno também envolve as novas gerações. Segundo algumas pesquisas, o aumento das vendas de relógios mecânicos que vem sendo observado estaria sendo impulsionado pela Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012), muitos dos quais nunca usaram um relógio de pulso antes e costumam usar o smartphone para ver as horas.
Não é possível afirmar que a volta dos relógios convencionais seja uma tendência ou uma moda passageira, mas as escolhas dos chefões do Vale do Silício podem influenciar esse mercado.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].