Embora a proibição seja bem vista por grande parte da sociedade e da comunidade escolar, a lei sancionada encontrará desafios como a falta de infraestrutura nas instituições de ensino, para por exemplo, guardar os celulares em segurança; de formação dos professores, para que não abandonem o uso pedagógico das novas tecnologias; e de ensino, para que as aulas sejam atrativas para os alunos.
A principal justificativa para a nova lei é proteger as crianças e adolescentes dos impactos negativos das telas para a saúde mental, física e psíquica deles. A medida não é exclusiva do Brasil, países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já têm legislações que restringem uso de celular em escolas. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo, os professores, no geral, apoiam a proibição dos celulares nas salas de aula, mas apontam alguns desafios para colocar a medida em prática:
“Em que momento da aula você precisa do celular para que o conteúdo chegue com facilidade para entendimento por parte do estudante? Em que momento ele vai ser utilizado? Em que momento ele volta a ser guardado? E aí você vem para a escola pública e pergunta, a escola pública está equipada para isso? Tem segurança em guardar o equipamento do aluno sem estragar, sem perder o equipamento?”, questiona Araújo.
Para os estudantes, não basta apenas proibir o celular, é preciso que a escola e as aulas sejam mais atrativas. O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Hugo Silva, diz que: “Vou preferir olhar dez TikToks do que assistir uma aula que eu acho chata ou que eu acho que não me agrega em nada. Se a aula é interessante, eu considero mais importante do que assistir TikToks, e vou abandonar o celular e vou prestar atenção na sala de aula”, diz o estudante (ABr).