Fátima Maria Silva de Queiroz (*)
Com o avanço de tecnologias como o Big Data, capaz de analisar grandes quantidades de dados, o setor da educação se encontra diante de uma transformação significativa que deve ganhar força em 2025.
A aplicação estratégica de dados em escolas e em universidades promete personalizar o aprendizado, melhorar a gestão educacional e reduzir desigualdades, criando um ambiente mais inclusivo e eficaz. Assim, de acordo com um estudo da Mordor Intelligence, o mercado de Big Data deve atingir o marco de US$ 745,15 bilhões até 2030, reforçando o potencial dessa tecnologia para revolucionar a educação nos próximos anos.
Uma das grandes tendências para 2025 é o uso de dados para personalizar a experiência de aprendizagem dos estudantes. Ferramentas de análise preditiva serão capazes de identificar padrões de comportamento e prever o desempenho dos estudantes, permitindo intervenções precoces para evitar a evasão ou a queda de rendimento.
As plataformas de aprendizado adaptativo, que ajustam o conteúdo em tempo real com base no progresso dos jovens, já estão ganhando popularidade e devem ser amplamente utilizadas em escolas nos próximos anos.
Nesse contexto, dados como desempenho acadêmico, preferências de aprendizagem e até mesmo interações em plataformas digitais serão cada vez mais relevantes para adaptar currículos e métodos de ensino de forma personalizada, otimizando o potencial de cada estudante. Com esse nível de customização, as instituições poderão oferecer um ensino mais direcionado e que atenda às necessidades individuais, proporcionando maior eficiência de aprendizagem.
. Apoio à gestão escolar – Outra área que será profundamente impactada pela análise de dados é a avaliação do desempenho de professores e gestores escolares. Contando com dashboards analíticos e relatórios de desempenho, será possível monitorar a eficácia das estratégias pedagógicas e identificar áreas que precisam de melhorias.
O feedback em tempo real, gerado por essas ferramentas, permitirá ajustes imediatos no ensino, potencializando os resultados dos estudantes.
Soluções como Tableau, Google Data Studio ou Power BI já auxiliam a transformar dados complexos em insights visuais de fácil compreensão e, de agora em diante, serão cada vez mais essenciais para a interpretação das informações coletadas.
A utilização de Machine Learning também deve se expandir, ajudando a prever resultados educacionais e a otimizar as abordagens pedagógicas de forma proativa. Nesse sentido, as escolas que adotarem uma abordagem orientada por dados poderão utilizar essas informações não apenas para melhorar a performance de seus docentes, mas também para criar planos de desenvolvimento personalizados para cada professor, aprimorando a qualidade do ensino.
. Redução de desigualdades educacionais – Uma das promessas mais transformadoras do uso de dados na educação é a capacidade de reduzir desigualdades e promover a inclusão. Isso porque a análise de dados permite identificar lacunas no desempenho de estudantes de diferentes contextos socioeconômicos, facilitando a criação de estratégias específicas para atender às necessidades desses grupos.
Por exemplo, ao analisar a frequência de faltas, notas e participação em atividades, os educadores podem identificar estudantes que estão em desvantagem e oferecer suporte adicional para garantir que todos tenham as mesmas oportunidades.
Além disso, a personalização de materiais didáticos, adaptados com base nos dados, pode ajudar a criar um ambiente de aprendizado mais inclusivo, em que estudantes com diferentes estilos de aprendizagem ou dificuldades específicas são atendidos de forma adequada.
. Desafios éticos e de privacidade – Embora o uso de dados na educação traga grandes benefícios, ele também levanta importantes questões éticas e de privacidade. Por isso, a proteção dos dados pessoais dos estudantes deve ser uma prioridade para as instituições de ensino.
É necessário garantir que os dados sejam armazenados de maneira segura e que apenas pessoas autorizadas tenham acesso a essas informações. A transparência no uso dos dados também é fundamental; pais e estudantes devem ser informados claramente sobre como os dados serão utilizados e quais medidas de segurança estarão em vigor.
Caso contrário, o uso inadequado dessas informações pode levar à discriminação e à criação de estereótipos negativos, o que torna essencial o desenvolvimento de políticas rigorosas e uma cultura de uso ético e responsável dos dados.
Nesse cenário, para coletar, armazenar e utilizar grandes volumes de dados de forma eficiente, as escolas precisam se preparar. Isso inclui investimentos em infraestrutura tecnológica, como servidores robustos e sistemas de gerenciamento de dados, além de treinamentos contínuos para capacitar professores e gestores na análise e interpretação de dados.
As tendências de dados para a educação em 2025, portanto, apontam para um futuro promissor, marcado por um sistema de ensino cada vez mais personalizado, inclusivo e eficiente.
As escolas que abraçarem essas mudanças e investirem em tecnologias de análise de dados estarão à frente, não apenas oferecendo uma experiência educacional mais rica, mas também promovendo um ambiente mais colaborativo e responsivo às necessidades dos estudantes, familiares e educadores.
(*) – É Analista de Dados da unidade de São Paulo da Rede de Colégios Santa Marcelina (www.santamarcelina.edu.br).