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Desafios e impactos na fase de maternidade na suinocultura

em Agronegócio
terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Medidas preventivas adotadas nesse período permitem uma produção mais robusta e eficiente

A suinocultura moderna tem buscado maximizar a eficiência produtiva por meio de melhorias genéticas, nutricionais e sanitárias. Entretanto, é importante ressaltar que a fase de maternidade, compreendendo o período desde o nascimento até o desmame dos leitões, segue sendo o alicerce para uma produção eficiente. Durante esse período, a saúde e o manejo adequado das matrizes e dos leitões são indispensáveis para garantir o desenvolvimento da granja.

Essa é reconhecidamente uma das etapas mais sensíveis do ciclo produtivo, pois os animais nascem com sistemas imunológico e digestivo ainda imaturos, o que os torna altamente vulneráveis à ação de diversos agentes patogênicos. A transferência de imunidade passiva, que ocorre pelo colostro, é temporária e os animais precisam desenvolver suas próprias defesas para enfrentar a pressão de infecção na granja. Adicionalmente, a alta densidade populacional e o ambiente confinado, característicos de sistemas intensivos de produção, são fatores predisponentes para a disseminação de agentes infecciosos.

Entre as principais preocupações no campo estão as diarreias neonatais, causadas por patógenos, como Cystoisospora suis, (agente etiológico da coccidiose), Escherichia coli e Clostridium perfringens, além da anemia ferropriva, que afeta diretamente a capacidade dos leitões de se desenvolverem adequadamente.

As diarreias neonatais são um dos principais problemas sanitários, elas possuem diferentes etiologias, incluindo infecções bacterianas, como Escherichia coli e Clostridium perfringens, virais, como o rotavírus, e parasitárias, como a coccidiose. As infecções bacterianas, em especial as causadas por E. coli enterotoxigênica, são responsáveis por quadros graves de diarreia, que podem levar à desidratação rápida e, em casos severos, à morte dos leitões.

Já a Coccidiose, causada pelo protozoário C.suis, é altamente prevalente nas granjas de suínos de todo o mundo. A infecção ocorre geralmente nos primeiros dias de vida, porém devido ao ciclo de vida do parasita, acaba se manifestando clinicamente entre os 5 e 15 dias de idade. Os principais sinais clínicos são compostos por diarreia aquosa, amarelada, desidratação e perda de peso, com baixa mortalidade. Os leitões acometidos apresentam dificuldade de crescimento, o que impacta diretamente o desempenho produtivo pós-desmame.

Já a anemia ferropriva é outra preocupação crítica na fase de maternidade. Esta condição, que afeta a totalidade dos neonatos, é desencadeada por fatores já conhecidos: a baixa transferência de ferro por via transplacentária, a quantidade limitada de ferro presente no colostro e no leite materno, a diminuta reserva de ferro do animal no momento do nascimento e a rápida velocidade de crescimento e ganho de peso dos leitões, que demandam mais ferro para o desenvolvimento muscular e dos órgãos. Uma leitegada anêmica apresenta redução no ganho de peso, crescimento muscular lento e uma maior suscetibilidade a infecções e outras doenças ao longo da vida.

Os impactos dos desafios na fase de maternidade não se restringem apenas à mortalidade dos animais, estando também associados a quedas no desempenho produtivo durante toda a vida do suíno, refletindo em perdas econômicas significativas. Desta forma, o uso adequado de medidas preventivas são fundamentais para reduzir a ocorrência dessas enfermidades e otimizar o desempenho produtivo.

(Fonte: Equipe técnica da Ceva Saúde Animal).