Os jogos e apostas que envolvem dinheiro estão rapidamente se tornando um grande problema.
Vivaldo José Breternitz (*)
Agora, o portal TechSpot relata o caso de uma adolescente chinesa que gastou, jogando, toda a poupança de sua família em apenas quatro meses – foram cerca de US$ 64 mil.
A história veio à tona em 2023 quando uma professora da jovem ligou para seus pais, avisando-os de que havia observado algo estranho com a menina; após o aviso, a família descobriu que sua poupança, que havia sido construída ao longo de toda a vida, estava zerada.
Entre os gastos realizados, estão US$ 17 mil, investidos na compra de jogos, US$ 30 mil em compras efetuadas dentro dos aplicativos, onde a jovem adquiriu moedas virtuais e itens premium que aceleravam seu progresso nos jogos. Além disso, a jovem dividiu US$ 17 mil entre colegas de classe que também jogavam, em uma tentativa de evitar que estes a importunassem ou delatassem.
Apesar da magnitude da cifra, a jovem confessou que não compreendia claramente de onde vinha o dinheiro; no entanto, tentou ocultar as transações para evitar ser descoberta pelos pais.
Agora, a família iniciou um processo para tentar recuperar o dinheiro, argumentando que as transações não foram autorizadas. No entanto, o processo é um desafio complicado, com poucas chances de sucesso.
Esse é um problema cada vez mais série, devido à facilidade com que os jogos são acessados, inclusive por crianças. Dentre os sinais que podem alertar os pais estão o fato de o jovem deixar de cumprir responsabilidades escolares, sociais ou profissionais, problemas de sono, mudanças de humor, dores de cabeça, dificuldades de visão e postura inadequada.
A nível de prevenção, os pais devem educar os jovens sobre os riscos, limitar o acesso a jogos e incentivar a prática de outras atividades, como esportes e hobbies.
Detectado o problema, ele deve começar a ser combatido com o auxílio de profissionais especializados, que poderão definir o roteiro para superação do mesmo.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].