No ambiente militar, os drones tornaram-se uma plataforma muito importante para reconhecimento e combate, não só pelo seu baixo custo e versatilidade, mas também por permitirem diminuir o número de baixas.
Vivaldo José Breternitz (*)
Em função disso, o exército dos Estados Unidos está adicionando novos drones ao seu arsenal – dentre estes, está o Switchblade 600, construído pela AeroVironment, que será produzido em massa no âmbito do programa Replicator, do Pentágono – antes mesmo de o Pentágono incluir essa arma no Replicator, o exército já planejava comprar alguns Switchblade 600, após ver o que ele foi capaz de fazer na Ucrânia, Síria e Iraque – agora, está adquirindo mil unidades do drone.
O Switchblade 600 é dotado de recursos que lhe permitem rastrear e atacar alvos mesmo fora de sua linha de visão. São necessários apenas dez minutos para colocá-lo em ação, e pode permanecer no ar por cerca de 40 minutos, tendo um alcance de quase 40 quilômetros. Pode ser guiado manualmente ou operar autonomamente, com recursos de inteligência artificial.
Sua velocidade em missões de reconhecimento está ao redor de 110 km/h, mas se a missão assim o exigir, o Switchblade 600 pode voar a até 185 km/k. É armado com um projétil antitanque que pode causar danos consideráveis a blindados e outros alvos.
Alguns profissionais da área têm chamado o Switchblade 600 de drone kamikaze pois choca-se com o alvo que pretende destruir, destruindo-se também. No entanto, fontes do Departamento de Defesa americano dizem estar mais interessadas pelo uso do Switchblade 600 em outros domínios, como o de comando e controle.
O programa Replicator foi lançado em meados de 2023, sendo que um de seus objetivos declarados é o de ajudar os americanos a enfrentarem os maiores recursos chineses em termos de navios, armas e tropas; para isso, deram à AeroVironment um contrato da ordem de US$ 990 milhões.
Vale lembrar que o orçamento militar americano em 2023 foi de US$ 916 bilhões. Já o brasileiro, foi de aproximadamente US$ 22 bilhões.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].
