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Ganhador do Nobel alerta sobre os perigos da Inteligência Artificial

em Tecnologia
quinta-feira, 10 de outubro de 2024

O cientista anglo-canadense Geoffrey Hinton, de 76 anos, foi agraciado com o Nobel de Física de 2024 pelo seu trabalho na área de Inteligência Artificial.

Vivaldo José Breternitz (*)

Hinton, que recebeu o prêmio em conjunto com o americano John Hopfield, é considerado um dos pais dessa tecnologia; em 2018 já havia recebido o Prêmio Turing  por seu trabalho sobre redes neurais e deep learning, temas essenciais para o desenvolvimento de Inteligência Artificial.

Em 2013, Hinton vendeu para o Google uma empresa fundada por ele e dois de seus alunos, um dos quais, Ilya Sutskever, trabalhou depois para a OpenAI, empresa que lançou o ChatGpt em novembro de 2022; sua empresa atuava na área de redes neurais.

Após a venda de sua empresa, Hinton passou a trabalhar para o Google, tendo, em maio de 2023, causado furor ao se demitir dessa empresa para poder falar livremente sobre os riscos trazidos pela Inteligência Artificial.

Em uma entrevista que deu ao New York Times, após deixar o Google, Hinton analisou um cenário em que a Inteligência Artificial poderia se tornar mais “inteligente” que as mentes que a projetaram e passar a representar uma ameaça à humanidade.

Na entrevista, disse que “a maioria das pessoas pensa que isso é completamente absurdo. Eu também pensava assim, achava que isso talvez pudesse acontecer em 30 ou 50 anos ou até mais. Obviamente, não penso mais assim”.

Pelo conjunto de sua obra, as ideias de Hinton devem merecer uma séria reflexão, especialmente neste momento em que Inteligência Artificial é uma hype, alimentada pelas empresas que atuam na área e que com seu poder econômico induzem muita gente a não considerar os potenciais riscos embutidos no seu uso sem controle.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].