Alain S. Levi (*)
Um estudo realizado pelo Orbit Data Science, no final do ano passado, analisou que um dos motivos pelo qual o consumidor deixa de comprar uma marca é por não se sentir representado por ela (22%).
Ao longo dos meus 30 anos como profissional de marketing, tenho percebido que o conceito dos 4Ps, do Philip Kotler (preço, praça, produto, promoção) tem sido usado até hoje entre os marketeiros e comunicadores.
No entanto, a sociedade contemporânea urge que as marcas estejam cada vez mais em sintonia com os propósitos de seus consumidores, não apenas olhando para as vendas, mas, comunicando e agindo de maneira mais verdadeira e autêntica.
Não é mais a personalidade do consumidor que o leva a momentos de rejeição em relação a uma empresa ou marca, mas a falta de sintonia entre o que a empresa oferece e o que a comunicação dá a entender. Diante deste cenário, vivenciei de perto diversas discussões sobre o futuro e como posso contribuir para praticar o marketing autêntico e eficaz na era do propósito.
O mundo atual pede uma revisão total em nossos conceitos. Recentemente, entrei num processo de “MEGAMORFOSE” e incluí mais 3Ps na lista do Kotler: Paixão, Pessoas e Propósito. E por entender a força das siglas e dos acrônimos em nossa área, desenvolvi a técnica do POREM. Para nos comunicarmos de forma autêntica, temos de abusar da combinação bombástica entre: Propósito, Ousadia, Resiliência, Empatia e Magia.
O Propósito é a escolha de um ou alguns temas que passem a englobar o core business da organização para gerar valor coletivo e criar real impacto social. A Ousadia diz respeito à coragem para se posicionar de verdade, apoiando temas relevantes com o bottom line da companhia.
A Resiliência é a compreensão de que este processo é eterno e os ganhos são de longo prazo, os resultados tenderão a piorar antes de exponenciar. A Empatia é seu próprio significado, a capacidade de olhar e compreender o outro. E a Magia, a conspiração de fatores que nos encantam e fascinam.
O diálogo vigente nessa nova era prega o abandono de práticas criminosas e a adoção de comportamentos regenerativos, exigindo da sociedade uma mudança de posicionamento e funcionamento, além do desenvolvimento de uma cultura contemporânea sustentável.
As marcas não possuem o mesmo papel que antigamente, ou seja, suas estratégias precisam ir além do ponto de venda. Conseguindo transformar nossos consumidores em fãs com protagonismo, otimismo, autenticidade e responsabilidade, e, adotando o POREM, as marcas exercerão um papel fundamental na consolidação de uma cultura mais diversa, inclusiva e sustentável.
(*) – É fundador e CEO da Motivare, uma das mais respeitadas agências de experiencial marketing do mercado (https://www.motivare.com.br).