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Resiliência financeira: como ser mais forte aos impactos econômicos

em Destaques
sexta-feira, 28 de junho de 2024

Diogo Angioleti (*)

A física nos ensina sobre resiliência por meio da capacidade de um material retornar ao seu estado original após ser deformado. Isso ocorre com o bambu, que se dobra com o vento, mas não se quebra, ou no elástico, que estica quando puxado, mas volta à forma original quando a tensão é liberada.

Esses exemplos nos mostram a importância da flexibilidade e da adaptação. Em finanças, isso acontece quando temos um plano que permita ajustes rápidos e eficazes em tempos de crise. A resiliência financeira é a força interna que permite nos reerguer e, muitas vezes, voltar ao nosso estado natural ou até melhor após sermos impactados por eventos inesperados.

Essa capacidade de se adaptar e se recuperar o quanto antes de dificuldades é crucial para a estabilidade financeira. Aplicada às finanças pessoais, a resiliência não é apenas sobre sobreviver a crises econômicas, mas também aprender com elas e emergir mais forte.
Para isso, é essencial ser constantemente adaptável. Isso pode significar ajustar o orçamento, reavaliar investimentos e buscar novas fontes de renda quando necessário.

Além disso, construir uma rede de apoio, formada por familiares, amigos e consultores financeiros, pode oferecer ajuda e conselhos durante tempos difíceis, aumentando nossa capacidade de superação.

Vimos exemplos de resiliência financeira acontecendo com pequenos empresários que enfrentaram a crise econômica durante a pandemia. Muitos viram suas receitas caírem drasticamente, mas aqueles que tinham fundo de emergência conseguiram manter o negócio funcionando por mais tempo.

Graças ao seguro adequado e ao planejamento financeiro, em muitos casos foi possível evitar o fechamento. Além disso, muitos procuraram aconselhamento financeiro e adotaram uma mentalidade de crescimento, enxergando além da crise uma oportunidade para inovar. No caso do comércio, muitos passaram a vender online, diversificaram seus produtos, tornando-se mais resilientes para o futuro.

Aqui estão alguns passos práticos. Confira:

  1. – O primeiro passo é aprender os conceitos básicos de finanças pessoais, como orçamento, poupança e investimento. Existem inúmeros cursos gratuitos, no Progrid.coop.br inclusive online, artigos e vídeos, que podem ajudar a entender melhor como gerenciar seu dinheiro.
  2. – Fazer um orçamento mensal é crucial. Tenha clareza todas as suas receitas e despesas para entender para onde vai seu dinheiro e identificar onde é possível cortar despesas, redirecionando esses recursos para poupança e investimentos.
  3. – Ter uma reserva financeira para imprevistos é fundamental. A recomendação é ter pelo menos de três a seis meses de despesas essenciais guardados, oferecendo uma rede de segurança em caso de perda de emprego ou problemas de saúde.
  4. – Diversificar suas fontes de renda. Depender de uma única fonte de renda pode ser arriscado. Explore outras formas de ganhar dinheiro para aumentar sua segurança financeira. Invista em sua educação e desenvolvimento pessoal por meio de treinamentos, workshops ou cursos.
  5. – Adotar uma mentalidade positiva é essencial. Encarar desafios como oportunidades de aprendizado e estar disposto a mudar hábitos e comportamentos fortalece a resiliência. Fixe seu olhar na solução e não no problema.

Construir resiliência financeira é um processo contínuo de aprendizagem e adaptação. Com conhecimento e planejamento, você pode alcançar mais estabilidade e prosperidade financeira, estando pronto para enfrentar e superar desafios econômicos e saindo ainda mais forte de cada situação.

(*) – É especialista em finanças e comportamento do Sistema Ailos (https://www.ailos.coop.br).