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Data centers crescem exponencialmente

em Tecnologia
terça-feira, 28 de maio de 2024

Em 2006 o matemático britânico Clive Humby cunhou a frase “dados são o novo petróleo”, ressaltando a importância que esse ativo vinha adquirindo em nossa sociedade.

Vivaldo José Breternitz (*)

Para confirmar a validade dessa afirmativa, basta observar o boom de construção de data centers ora em andamento – normalmente as empresas que os constroem os locam para as empresas que ali processarão e armazenarão seus dados.

Os números são impressionantes – a empresa transnacional de negócios imobiliários CBRE, que tem escritórios no Brasil, informa que 84% da capacidade dos data centers atualmente em construção nos Estados Unidos já foi locada – esse número estava em 50% nos últimos anos.

No sentido oposto, a taxa de vacância de data centers naquele país está em 3,7%. Como a lei da oferta e procura segue em vigor, os aluguéis subiram em média 19% no ano passado, atingindo números impressionantes em locais como o estado da Virgínia do Norte e no Vale do Silício, onde os mesmos cresceram até 54% no último ano.

Um fator que ajuda a incendiar esse mercado são os longos prazos necessários para colocar um grande data center em operação: são gastos anos na construção dos edifícios, para a disponibilização de fontes de energia online e estruturas de telecomunicações, além da obtenção de licenças e direitos para acesso aos serviços públicos.

Outro fator relevante para o crescimento do mercado são as novas aplicações de inteligência artificial que requerem altíssima capacidade de processamento e armazenamento de dados.

O fornecimento de energia elétrica talvez seja o maior dos problemas, especialmente nestes tempos de preocupação com o meio ambiente. No início de maio, a Microsoft fechou um acordo de US$ 10 bilhões com a gigante de energia Brookfield para construção de instalações para geração de energia renovável a ser empregada na operação de seus data centers.

Mas, milagres não acontecem nessa área: essas instalações levarão anos para entrar em operação e, não só a Microsoft como outras big techs, continuarão enfrentando carências nos próximos anos.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].