Rogério Athayde (*)
O agronegócio é o coração da economia brasileira, não à toa é responsável por uma das maiores fatias do Produto Interno Bruto (PIB).
Para se ter uma ideia, o setor encerrou 2023 com um superávit de US$148,58 bilhões. O valor representa um crescimento de 4,9% em relação ao ano anterior, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No cenário global, até 2050, haverá a necessidade de aumentar em mais de 70% a produção de alimentos para suprir toda a população, conforme projeção da Food and Agriculture Organization.
Toda inovação é bem-vinda para que o avanço seja contínuo. O agronegócio mundial já investe cerca de US$ 1,7 milhão em tecnologia. Estima-se que nos próximos quatro anos esse valor suba para US$ 4,7 bilhões, segundo estudo da Statista. Unir duas potências como a tecnologia e o agronegócio é extremamente estratégico para tornar serviços mais produtivos e eficientes. É um caminho benéfico não apenas para a promoção da sustentabilidade, mas também para aqueles que querem investir na agricultura digital – uma necessidade crescente.
Nessa seara, a Inteligência Artificial (IA) é um dos grandes propulsores da digitalização do setor. Isso porque a ferramenta já contribui com a análise do clima, solo e cultivo para a produção agrícola, ajudando produtores a planejar e melhorar suas safras. Além disso, a IA possibilita monitorar o crescimento de colheitas, identificar sinais de infestação e otimizar o uso de recursos por meio de imagens de satélites e drones, por exemplo. Tudo isso mediante uma resposta rápida e eficaz para a diminuição de danos.
Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) aponta que o Centro-Oeste é a região que mais adota a agricultura digital: 80% dos produtores usam softwares ou aplicativos. Entre os recursos aproveitados estão a telemetria para transmissão remota de dados, drones para mapear a vegetação ou gestão de culturas, sensores de vegetação, entre outros. No entanto, não podemos ignorar os desafios relacionados à acessibilidade de tecnologia em regiões rurais.
A tendência é que a integração de tecnologias como a Inteligência Artificial no agronegócio auxilie no enfrentamento de desafios globais e impulsione a digitalização do setor. É crucial que esses avanços sejam acompanhados por políticas e estratégias que garantam o desenvolvimento equitativo de todos os atores envolvidos. Sendo assim, é imperativo continuar explorando e implementando soluções tecnológicas de forma responsável, visando um futuro próspero e sustentável para o agronegócio.
(*) CTO da keeggo.