Embora as práticas ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês) ainda sejam um desafio para a grande maioria das empresas, têm chamado cada vez mais a atenção dos empreendedores, muitos deles de startups que, muitas vezes, já têm em seu DNA o foco em solucionar problemas sociais e ambientais.
Segundo o estudo realizado pela ABStartups, a associação brasileira de startups, divulgado em 2022, 56% das startups possuem alguma iniciativa relacionada aos critérios de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG). Além disso, a associação realizou um mapeamento no Brasil de Cleantechs, startups que trazem soluções para o segmento de tecnologias limpas, que mostrou que o país conta com mais de 100 startups do segmento.
Para Andrea Moreira, CEO da Yabá Consultoria – especializada em estratégia e implementação de projetos para engajamento de diferentes públicos – muitos, pensando nos desafios da sociedade, ao invés de fundarem uma organização social, fundam startups para solucionar problemas socioambientais com o apoio de empresas de grande porte. “Esse movimento das startups não é novo.
A medida que o Investimento Social Privado se fortaleceu deixando de realizar ações filantrópicas e aproximou-se da agenda das políticas públicas, era inevitável que pessoas com atitude empreendedora e uma visão sensível para sociedade, passassem a liderar suas próprias carreiras a partir da criação de negócios sociais”.
A especialista traz como exemplo a startup We Cancer, que faz a gestão de saúde com foco nos desafios da jornada oncológica. “A empresa nasce de um problema da sociedade com relação à saúde e promove informação por meio da plataforma para fazer conexões entre as pessoas e o sistema público e é bem interessante”, exemplifica Andrea.
Outro case é a empresa Retalhar, que atua no descarte de uniformes profissionais com foco na economia circular, projeto que teve início a partir de um problema: como as empresas poderiam descartar resíduos de uniformes e ter cuidado especial com os logos? O projeto cresceu tanto que virou um negócio, a Retalhar, que nasceu a partir de uma necessidade da sociedade.
. Negócios sociais não tem a ver com filantropia – As startups com foco no social enfrentam o desafio adicional de explicar seu modelo de negócio para potenciais parceiros e clientes, além de ter as dificuldades comuns de todas as empresas, já que muitos confundem a empresa com projeto filantrópico.
Segundo Andrea, o empreendedorismo social tem os pilares de toda e qualquer empresa, que conta com estratégias, gerando resultados e lucros. “Uma empresa que olha para o social, administra o negócio com foco no sucesso da companhia e, ao mesmo tempo, é coerente com a promoção de direitos da população”, pontua.
Uma das alternativas para solucionar o problema que tais empresas enfrentam é a conscientização da sociedade e quebra de paradigmas em relação à caridade, pois quanto mais claro o trabalho estiver conectado à promoção de direitos mais fácil será de captar investimentos e parceiros.
. Empresas convencionais – Empresas privadas de diversos segmentos, também podem ter uma relação próxima com a comunidade, trazendo ações que beneficiam seu entorno, contribuindo para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa.
Para viabilizar essas iniciativas, consultorias tornam o caminho mais simples criando conexões entre o setor privado, governos e organizações sociais. “Mapeamos a estratégia da empresa, desenhamos projetos e programas, fazemos as conexões com as organizações sociais e, muitas vezes, também a implementação dos projetos, consolidando ainda mais os resultados”, explica.
Os negócios das empresas de grande porte têm o propósito de lucro e realização, porém, também têm aspirações de impacto social positivo e contribuição para o fortalecimento de políticas públicas e desenvolvimento social sustentável.
“É importante esta relação com seus diferentes públicos e a consciência de que por vezes os indivíduos são clientes, outras, funcionários, vizinhos ou comunidade do entorno, logo, esse trabalho estratégico com diálogo ativo e afetivo para as empresas, realizados pelas consultorias, faz toda diferença”, finaliza a especialista. – Fonte e mais iformações: (https://www.yabaconsultoria.com.br).