Wagner Martin (*)
Em um cenário marcado pelos avanços tecnológicos e pela crescente demanda dos usuários, a Veritran, uma empresa global de tecnologia dedicada ao desenvolvimento de soluções digitais para o setor financeiro, destaca as seis principais tendências que moldarão o futuro do setor financeiro no Brasil em 2024.
- Open Finance – O Open Finance, regulamentado pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional, está transformando a experiência bancária no Brasil. Após dois anos de operação, mais de 40 milhões de clientes consentiram o compartilhamento de dados pessoais, permitindo uma oferta mais personalizada de produtos e serviços.
Enquanto 2023 ficou marcado pelo início do compartilhamento de dados de investimentos para o desenvolvimento de ofertas mais direcionadas, as apostas para este ano estão voltadas para a experiência digital indicando uma nova etapa de serviços ainda mais integrados com foco cada vez mais nos clientes.
- Pix – O Pix se estabeleceu como o método preferido para transferências diárias de dinheiro no Brasil. O forte investimento dos bancos e o crescimento contínuo do Pix têm impulsionado a inclusão financeira e reduzido a dependência de dinheiro em transações. Para 2024, o Banco Central já estabeleceu a data de lançamento para pelo menos uma novidade, o Pix automático, previsto para entrar em funcionamento em outubro.
Com esta nova funcionalidade, será possível programar pagamentos recorrentes, como contas de água, luz, por exemplo. Com a autorização prévia do usuário, o valor a ser debitado será realizado sem a necessidade de autenticação a cada operação.
- Pagamentos e Onboarding digital com biometria – O uso da biometria para realizar as mais diversas operações vem ganhando cada vez mais adeptos. Nos meios de pagamentos, de acordo com o relatório “O Futuro dos Pagamentos”, apresentado ano passado pela Mastercard, o mercado global utilizando essa tecnologia deve crescer 62% até 2030. Já no onboarding digital, sua utilização vem permitindo que processos de identificação e autenticação sejam feitos de maneira cada vez mais ágil e simples.
Isso tudo porque, nestes dois exemplos, a biometria permite aumentar a eficiência operacional e ainda reduzir custos, já que com ela é possível automatizar e simplificar tarefas manuais e demoradas. Sem falar nos ganhos significativos em relação à segurança, já que a biometria é algo único de cada indivíduo e aqui adiciono o uso da biometria 3D, ainda mais eficiente em relação a autenticação do usuário.
- Machine Learning e IA – Os bancos brasileiros investiram significativamente em tecnologia, destinando R$ 45 bilhões no último ano, com foco em nuvem, inteligência artificial e IoT, de acordo com a Febraban. A crescente adoção de machine learning e IA permite a coleta e gestão eficiente de dados, considerados como um valioso produto. Assim como pode possibilitar o aprimoramento da experiência do cliente, bem como auxiliar na automatização de tarefas administrativas.
Os bancos que ainda não estiverem desenvolvendo soluções com o uso dessas tecnologias ficarão pelo caminho, já que apenas no ano passado o uso da IA viabilizou aplicações jamais vista até então. Por exemplo, os bancos estão utilizando algoritmos de aprendizado de máquina para analisar padrões de transações financeiras e identificar possíveis fraudes em tempo real.
Além disso, a inteligência artificial pode ser aplicada na personalização de serviços bancários, como sugerir produtos financeiros relevantes com base no histórico de transações do cliente e recomendar um plano de investimento personalizado com base nas preferências e objetivos financeiros do cliente.
- Cibersegurança – Com a disseminação do Pix e o estabelecimento do Open Finance, a segurança cibernética torna-se ainda mais crucial. Os bancos brasileiros, seguirão investindo e dedicando atenção especial à cibersegurança incorporando ferramentas para aumentar a segurança dos canais digitais oferecidos aos usuários. Entre eles estão a biometria, o soft-token e as notificações push com o objetivo de proteger os canais digitais mas sem comprometer a experiência do usuário.
- Drex – Uma adição notável às tendências é o Drex (Real Digital), iniciativa do Banco Central do Brasil. Com lançamento previsto para os próximos anos, o Drex representa a digitalização da moeda brasileira, proporcionando maior eficiência em transações e impulsionando a inclusão financeira. Sua implementação exigirá avanços significativos em segurança cibernética.
Diante de tantos avanços e inovações transformadoras, contar com soluções tecnológicas que capacitem as instituições financeiras a navegarem com sucesso pelas transformações digitais, auxiliando-as a oferecerem experiências inovadoras aos seus clientes será vital para a permanência neste mercado.
O futuro do digital banking no Brasil está intrinsecamente conectado às tecnologias emergentes, incluindo o Drex e os pagamentos biométricos, e à capacidade de adaptação das instituições.
(*) – Possui experiência no setor de tecnologia, com amplo conhecimento de meios de pagamentos digitais, serviços comerciais, autogestão de clientes e operações de vendas e pós-venda (https://www.veritran.com/pt/).